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Reflexo vermelho (teste do olhinho) em crianças.

Reflexo vermelho (teste do olhinho) em crianças.

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 O que é o teste do reflexo vermelho ou teste do olhinho e como ele é feito?

O teste do reflexo vermelho, também conhecido como teste do olhinho, é um exame de rastreamento essencial na avaliação oftalmológica de recém-nascidos e crianças pequenas. Trata-se de um exame simples, rápido, indolor e de baixo custo, que pode ser feito por pediatras ou outros profissionais de saúde capacitados, geralmente ainda na maternidade.

A execução do teste requer o uso de um oftalmoscópio direto. O ambiente deve estar em penumbra, pois a baixa iluminação favorece a dilatação fisiológica da pupila e a visualização do reflexo. O examinador posiciona o aparelho a uma distância de 30 a 50 cm dos olhos da criança, com a lente do oftalmoscópio ajustada em “0”. A luz atravessa os meios transparentes do olho (córnea, humor aquoso, cristalino e humor vítreo) e reflete na retina, retornando ao observador como um brilho avermelhado nas pupilas.

O reflexo vermelho ocorre devido à rica vascularização da coróide, que confere a coloração vermelho-alaranjada ao fundo do olho. Esse reflexo deve estar presente e ser simétrico entre os dois olhos. A ausência, assimetria ou alteração na cor do reflexo pode indicar patologias oculares importantes que afetam a transparência dos meios ou a estrutura da retina.

Reflexo vermelho teste
Imagem Ilustrativa

 Quando o teste do reflexo vermelho deve ser feito na criança?

A primeira realização do teste é recomendada ainda na maternidade, preferencialmente nas primeiras 48 horas de vida. Essa triagem neonatal é obrigatória em muitos estados brasileiros, sendo prevista em legislação local e incentivada por diretrizes do Ministério da Saúde. Após a alta, o teste deve ser repetido durante as consultas de puericultura.

Segundo orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, recomenda-se repetir o teste do reflexo vermelho ao menos três vezes ao ano durante os três primeiros anos de vida.

Em crianças com histórico familiar de doenças oculares hereditárias (como catarata congênita, glaucoma congênito ou retinoblastoma), bem como naquelas expostas a infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis, herpes), o acompanhamento oftalmológico especializado deve ser mais frequente, mesmo na ausência de sinais.

Reflexo vermelho (teste do olhinho) em crianças.
Imagem Ilustrativa

Quais achados do teste podem preocupar?

Existem três resultados possíveis para o teste do reflexo vermelho: reflexo normal, reflexo alterado ou reflexo duvidoso. Um reflexo vermelho intenso, simétrico e bilateral é considerado normal.

Por outro lado, devem chamar a atenção os seguintes achados:

  • Reflexo ausente: pode indicar opacidades importantes nos meios oculares, como catarata ou hemorragia vítrea.
  • Reflexo branco (leucocoria): sinal altamente sugestivo de patologias graves como retinoblastoma, catarata congênita ou doenças retinianas.
  • Reflexo assimétrico: pode apontar para estrabismo, anisometropia, ou presença de lesões em um dos olhos.
  • Reflexo brilhante em apenas um olho: quando a luz incide diretamente sobre o disco óptico ou quando há anormalidades como colobomas, cicatrizes retinianas, ou presença de fibras de mielina.
  • Reflexo amarelado: comum em casos de doença de Coats, devido à presença de exsudatos sub-retinianos ricos em lipídeos.

 

Esses achados exigem encaminhamento imediato ao oftalmologista pediátrico para avaliação completa, mesmo que o bebê não apresente sintomas aparentes. 

O que é leucocoria?

Leucocoria é a presença de um reflexo pupilar branco, observada em um ou ambos os olhos. Seu nome deriva do grego: “leukos” (branco) e “kore” (pupila). Em condições normais, a pupila tem cor preta ou castanha, dependendo da iluminação e pigmentação. Quando a luz reflete de forma anormal, resultando em coloração branca, pode ser um sinal de alterações graves.

A leucocoria é um dos sinais mais importantes de alerta para doenças oculares na infância. Em muitos casos, é notada pelos pais em fotografias com flash, onde uma das pupilas aparece branca.

A identificação precoce e o encaminhamento rápido ao especialista aumentam significativamente as chances de preservar a visão da criança e, em casos como o retinoblastoma, podem salvar vidas.

O que é leucocoria
Imagem Ilustrativa

Quais as principais doenças que o teste pode detectar?

O teste do reflexo vermelho tem papel fundamental na triagem de várias condições que ameaçam a visão e o bem-estar geral da criança. As principais incluem:

  • Catarata congênita: corresponde à principal causa de leucocoria. Pode ser associada a fatores genéticos, infecções congênitas ou ser idiopática. Quando não tratada precocemente, leva a ambliopia irreversível.
  • Retinoblastoma: tumor maligno intraocular mais comum na infância. É potencialmente letal se não tratado a tempo. A leucocoria está presente em cerca de 60% dos casos. O tratamento pode incluir quimioterapia, enucleacão e radioterapia.
  • Doença de Coats: afecção retiniana caracterizada por vasos anormais e vazamento de lipídeos. Predomina em meninos e é geralmente unilateral.
  • Retinopatia da prematuridade (ROP): ocorre em bebês prematuros com baixo peso. Em estágios avançados, pode causar descolamento de retina.
  • Vasculatura fetal persistente (PHPV): falha na regressão do sistema vascular fetal ocular. Pode se apresentar com leucocoria, microftalmia e catarata.
  • Coloboma de retina ou disco óptico: defeitos congênitos resultantes da não fusão da fissura embrionária.
  • Descolamento de retina: pode ocorrer por causas inflamatórias, traumáticas ou congênitas. É mais comum em estágios finais de outras patologias.
  • Toxocaríase e toxoplasmose ocular: infecções parasitárias que acometem a retina e podem produzir granulomas ou cicatrizes que alteram o reflexo.

O que fazer no achado de um exame alterado?

Ao identificar qualquer alteração no reflexo vermelho, a conduta imediata deve ser o encaminhamento da criança para avaliação oftalmológica especializada. O oftalmologista realizará exames como:

  • Biomicroscopia
  • Retinoscopia
  • Mapeamento de retina
  • Ecografia ocular (B-scan)
  • Ressonância magnética (em casos suspeitos de tumores)

A urgência desse encaminhamento está na janela de tempo crítica para evitar sequelas visuais. Doenças como catarata congênita e retinoblastoma têm melhores prognósticos quando tratadas nas primeiras semanas ou meses de vida.

O tratamento dependerá da patologia diagnosticada, podendo envolver:

  • Cirurgias (extração de catarata, vitrectomia, enucleacão)
  • Terapias com laser (fotocoagulação retiniana)
  • Quimioterapia (sistêmica, intra-arterial ou intravítrea)
  • Radioterapia
  • Acompanhamento visual e reabilitação 

Conclusão

O teste do reflexo vermelho é uma das ferramentas mais valiosas na prevenção da cegueira infantil. Seu caráter simples e de baixo custo contrasta com sua enorme importância na detecção precoce de condições que podem levar à perda visual permanente ou à morte.

Conscientizar profissionais de saúde e familiares sobre sua realização sistemática é essencial. Além disso, deve-se garantir que toda criança com achado alterado seja rapidamente avaliada por um oftalmologista pediátrico. Investir na capacitação dos profissionais da atenção básica e garantir a logística de encaminhamento é um compromisso com a saúde ocular infantil.

Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.
Saiba mais em aronguimaraes.com.br

 Referências:

  1. Santos-Oliveira J, et al. The red reflex test and leukocoria in childhood. Acta Med Port. 2024.
  2. Israr M, et al. Etiology of white pupillary reflex in pediatric age group. Romanian Journal of Ophthalmology. 2022.
  3. Anderson J. Red Flags in the Pediatric Eye Examination: Abnormal Red Reflex. J Binocular Vision Ocular Motility. 2019.
  4. Sociedade Brasileira de Pediatria. Teste do reflexo vermelho. Documento Científico. 2018.
  5. Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica. Nota Técnica – Teste do reflexo vermelho. 2021.

Perguntas sobre o teste do olhinho:

  1. O que exatamente o teste do olhinho consegue detectar no meu bebê?

O teste do olhinho avalia se há transparência nos meios oculares e se a retina está refletindo a luz corretamente. Ele pode identificar doenças como catarata congênita, retinoblastoma, glaucoma congênito, descolamento de retina, coloboma, entre outras. Algumas dessas condições, se não tratadas precocemente, podem causar perda visual permanente ou até risco à vida.

  1. O teste do olhinho dói ou precisa de colírio?

Não, o teste é completamente indolor e não invasivo. Também não exige o uso de colírios para dilatar a pupila. O exame é feito com um aparelho chamado oftalmoscópio, em ambiente com pouca luz, e dura apenas alguns segundos.

  1. Fiz o teste na maternidade. Preciso repetir depois?

Sim. O teste do olhinho deve ser repetido nas consultas de puericultura ao longo dos primeiros anos de vida, mesmo se o primeiro resultado foi normal. Algumas doenças oculares podem se desenvolver após o nascimento ou evoluir de forma progressiva.

  1. A pupila do meu filho apareceu branca em uma foto com flash. Isso é motivo de preocupação?

Sim, essa imagem pode indicar leucocoria, um sinal que precisa ser investigado. Pode estar relacionada a condições sérias, como catarata ou retinoblastoma. Recomenda-se procurar um oftalmologista pediátrico o quanto antes para avaliação especializada.

  1. O pediatra disse que o reflexo vermelho estava duvidoso. O que isso significa?

Um reflexo duvidoso pode significar assimetria entre os olhos ou um brilho que não corresponde ao esperado. Nem sempre indica uma doença grave, mas exige avaliação por oftalmologista para excluir causas importantes.

  1. Quais doenças hereditárias o teste do olhinho pode ajudar a diagnosticar?

Ele pode detectar sinais de catarata congênita hereditária, retinoblastoma familiar, colobomas, entre outras. Se há histórico familiar de problemas oculares graves, o acompanhamento deve ser ainda mais rigoroso.

  1. Meu bebê nasceu prematuro. O teste do olhinho é suficiente para avaliar os olhos dele?

Prematuros têm risco elevado para retinopatia da prematuridade, que muitas vezes não é detectada pelo teste do olhinho. Nesses casos, é essencial realizar um exame oftalmológico com mapeamento de retina entre a 4ª e 6ª semana de vida.

  1. O teste do olhinho é confiável? Pode dar falso negativo?

Sim, é confiável como triagem, mas não substitui o exame oftalmológico completo. Pode ocorrer falso negativo em casos de lesões pequenas ou iniciais. Por isso, mesmo com teste normal, é recomendado que todas as crianças façam uma consulta com oftalmologista até o primeiro ano de vida.

  1. Existe idade limite para fazer o teste do reflexo vermelho?

O ideal é realizá-lo o quanto antes, preferencialmente nas primeiras 48 horas de vida. No entanto, o teste pode ser feito em qualquer idade, especialmente se houver queixa visual, estrabismo ou histórico familiar de doenças oculares.

  1. Onde posso fazer o teste do olhinho caso não tenha sido feito na maternidade?

O teste pode ser feito em consultórios pediátricos, UBSs e clínicas de oftalmologia. Ele está incluído nos atendimentos do SUS e também faz parte da cobertura obrigatória dos planos de saúde. Se ainda não foi feito, procure seu pediatra ou um oftalmologista.

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