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Pterígio: o que é, quais os sintomas e como é feita a cirurgia?

síndrome do olho seco

Pterígio: o que é, quais os sintomas e como é feita a cirurgia?

 

O pterígio é uma lesão ocular benigna causada principalmente pela exposição à radiação ultravioleta, podendo afetar a visão e causar desconforto. Ele apresenta diferentes graus de gravidade e sintomas, desde irritação leve até comprometimento visual severo. O tratamento varia de colírios lubrificantes a cirurgia, sendo o autoenxerto conjuntival com adjuvantes como mitomicina C ou PRF a técnica mais eficaz para evitar recidivas. A prevenção com proteção solar e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar complicações.

 

 

  1. O que é o Pterígio e quais as causas?

O pterígio é uma lesão fibrovascular benigna da conjuntiva que se projeta sobre a córnea, frequentemente em forma de asa, a partir do canto nasal do olho. Embora seja considerado benigno, pode causar incômodos visuais significativos e impacto estético. Sua forma triangular é composta por um corpo, pescoço e cabeça, sendo esta última a porção que invade a superfície corneana.

 

As causas do pterígio envolvem uma combinação de fatores ambientais e genéticos. A exposição prolongada à radiação ultravioleta (UV) é o principal fator de risco conhecido. A radiação UV provoca estresse oxidativo, danifica o DNA celular e desencadeia inflamação crônica, que estimula a proliferação anormal de fibroblastos e neovascularização — elementos centrais na formação do pterígio.

 

Estudos recentes apontam que fatores genéticos também são determinantes na suscetibilidade individual, tornando algumas pessoas mais propensas ao desenvolvimento do pterígio mesmo com exposições menores ao sol. Inflamações recorrentes, alterações no gene p53 e disfunções nas células-tronco do limbo corneano também são observadas em casos mais graves.

 

  1. Quais os graus do Pterígio?

O pterígio pode ser classificado em graus conforme a extensão da invasão corneana e o impacto visual:

  • Pterígio Grau 1: pequeno, localizado apenas no canto nasal, não atinge a córnea ou o faz de forma discreta.
  • Pterígio Grau 2: atinge a córnea superficialmente, mas ainda sem comprometer o eixo visual.
  • Pterígio Grau 3 invade parte significativa da córnea e pode induzir astigmatismo.
  • Pterígio Grau 4: encobre o eixo visual, com impacto direto na visão.

Essa classificação é importante tanto para fins diagnósticos quanto para determinar a indicação cirúrgica.

 

  1. Quais os sintomas do Pterígio?

Os sintomas do pterígio variam conforme o grau e a evolução da lesão. Em estágios iniciais, pode ser assintomático e identificado apenas em exames oftalmológicos de rotina. Com o tempo, os sintomas mais comuns incluem:

  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Ardência, vermelhidão e sensação de corpo estranho;
  • Irritação e ressecamento ocular;
  • Astigmatismo induzido;
  • Distorção visual ou queda na acuidade visual, nos casos mais graves.

Esses sintomas estão associados à alteração do filme lacrimal, inflamação crônica e distorção da córnea pela pressão exercida pelo tecido fibrovascular.

 

  1. Quais os tratamentos disponíveis?

O tratamento do pterígio pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo do tamanho, sintomas e impacto visual:

Tratamento clínico: indicado para casos leves, com uso de:

  • Lubrificantes oculares para alívio do desconforto e melhoria da lubrificação ocular;
  • Corticóides tópicos em casos de inflamação aguda, para reduzir a vermelhidão e o edema;
  • Colírios anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) como complemento em casos leves;
  • Proteção solar e uso de óculos com filtro UV, medida essencial para evitar a progressão da doença.

Tratamento cirúrgico: indicado quando há comprometimento visual, incômodo estético ou falha do tratamento conservador. As técnicas mais utilizadas incluem:

 

  • Excisão simples com esclera exposta: embora seja uma técnica simples, possui altas taxas de recorrência (até 88%), sendo hoje pouco recomendada.

 

  • Excisão com Autoenxerto conjuntival: Custo de R$1500,00 – R$5000,00 com cobertura pelos planos de saúde. Para a aderência do enxerto pode ser usado ponto ou cola de fibrina. É o método mais eficaz, com menores taxas de recidiva (2,6% a 17,7%). O enxerto é retirado da própria conjuntiva do paciente e implantado na área onde o pterígio foi removido. Essa técnica preserva a integridade ocular e diminui o risco de complicações.

 

  • Enxerto de membrana amniótica: Custo de R$2500,00 – R$6000,0. Indicado em casos com conjuntiva insuficiente, como em pós-cirurgias ou comorbidades. A membrana possui propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes, mas pode ter maior taxa de recorrência se comparada ao autoenxerto.

 

  • Uso de mitomicina C (MMC): Custo de cerca de R$600,00 adicionais ao valor da cirurgia. É uma substância quimioterápica que reduz a proliferação de fibroblastos, aplicada intra ou pós-cirurgicamente. Pode ser eficaz na prevenção da recidiva, mas requer cautela devido ao risco de complicações como necrose escleral e perfuração.

 

  • Fibrina rica em plaquetas (PRF): Custo de R$ 800,00 a 1500,00 adicionais ao valor da cirurgia. É uma abordagem mais recente, utilizando um concentrado autólogo do sangue do próprio paciente, rico em fatores de crescimento. A PRF acelera a cicatrização, reduz inflamação e melhora o conforto pós-operatório.

 

  • Imunossupressores como ciclosporina A a 0,05%: R$150,00 a R$400,00 por mês. Têm se mostrado eficazes na redução da inflamação e na prevenção de recidivas. A ciclosporina age diminuindo a resposta inflamatória ocular, sendo especialmente útil no pós-operatório.

 

  • Anti-VEGF (como bevacizumabe): Custo de R$1000,00 a R$3000,00 por aplicação. Usados experimentalmente para inibir a neovascularização, que é uma das causas principais de recorrência do pterígio. Apresentam resultados promissores, mas ainda necessitam de mais estudos para confirmação de segurança e eficácia.

 

Cada técnica cirúrgica pode ser combinada com uma ou mais dessas terapias adjuvantes, visando minimizar a recidiva e otimizar os resultados estéticos e funcionais.

 

  1. Conclusão

O pterígio é uma condição ocular comum em regiões tropicais, associada principalmente à exposição solar. Embora benigno, pode causar sintomas desconfortáveis e comprometer a visão. O tratamento deve ser individualizado, e a cirurgia com autoenxerto conjuntival, com ou sem adjuvantes como MMC, PRF ou ciclosporina, continua sendo o padrão-ouro para casos moderados a graves. A compreensão mais profunda dos fatores genéticos e inflamatórios envolvidos pode, no futuro, contribuir para terapias menos invasivas e mais eficazes.

 

Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.
Saiba mais em aronguimaraes.com.br

 

Perguntas sobre o tema:

 

O que exatamente é o pterígio e por que ele aparece com tanta frequência em pessoas que vivem em regiões muito ensolaradas ou que trabalham ao ar livre?

O pterígio é um crescimento anormal de tecido fibrovascular da conjuntiva que invade a córnea, sendo favorecido pela exposição prolongada aos raios ultravioleta (UV). Por isso, é mais comum em pessoas que vivem ou trabalham ao ar livre, como agricultores, pescadores e atletas, especialmente em regiões próximas ao equador.

 

Como posso saber se essa manchinha no canto do meu olho é realmente um pterígio ou se pode ser algum outro tipo de alteração ocular?

A confirmação só pode ser feita por um oftalmologista através de um exame detalhado com lâmpada de fenda. Outras lesões, como a pinguécula ou até tumores, podem parecer semelhantes, por isso a avaliação profissional é fundamental.

 

É verdade que o pterígio pode atrapalhar a visão mesmo sendo uma lesão considerada benigna? Isso acontece em todos os casos ou só quando ele cresce muito?

Sim, o pterígio pode atrapalhar a visão, principalmente quando cresce sobre a córnea em direção ao eixo visual ou induz astigmatismo. Nem todos os casos evoluem para isso, mas é importante acompanhar.

 

Quais são os sintomas iniciais mais comuns do pterígio? Existe alguma maneira de identificar a doença ainda no início antes que ela se torne mais incômoda?

Os sintomas iniciais incluem irritação ocular, ardência, olho vermelho e sensação de corpo estranho. O diagnóstico precoce é possível com consultas regulares ao oftalmologista, mesmo antes de surgirem sintomas visuais.

 

Tenho pterígio nos dois olhos, mas um deles está maior. É possível fazer cirurgia nos dois olhos ao mesmo tempo ou é preciso esperar entre uma e outra?

Em geral, recomenda-se operar um olho de cada vez, com intervalo de algumas semanas, para garantir uma recuperação adequada e reduzir o risco de complicações bilaterais. Mas em casos selecionados, pode-se considerar cirurgia simultânea.

 

O pterígio pode voltar mesmo depois da cirurgia? Existe algum tipo de técnica cirúrgica mais moderna que evite essa recidiva com maior eficiência?

Sim, há risco de recidiva, especialmente com técnicas mais antigas como a de esclera exposta. As técnicas mais modernas, como o autoenxerto conjuntival associado à mitomicina C ou ao uso de PRF, têm taxas de recidiva bem menores.

 

Eu vi que existe uma técnica com cola biológica e outra com pontos. Qual dessas é melhor e mais segura, e isso influencia no tempo de recuperação?

A técnica com cola biológica geralmente proporciona recuperação mais rápida e com menos desconforto, além de menor inflamação. No entanto, é mais cara. Ambas são seguras, quando bem indicadas.

 

Existe algum tipo de tratamento que possa evitar que o pterígio avance, sem necessidade de cirurgia, caso ele ainda esteja em estágio inicial?

Sim, em estágios iniciais, o uso de colírios lubrificantes, anti-inflamatórios leves e proteção contra radiação UV pode ajudar a estabilizar a lesão e evitar seu crescimento. O acompanhamento médico é essencial.

 

Após a cirurgia de pterígio, quanto tempo leva para o olho voltar ao normal? É um pós-operatório doloroso ou que exige muitos cuidados?

O tempo de recuperação varia, mas geralmente é de 1 a 2 semanas. Pode haver desconforto leve, sensibilidade à luz e vermelhidão. Cuidados com higiene, colírios prescritos e evitar exposição solar são fundamentais.

 

Gostaria de saber se existe algum risco para minha visão durante a cirurgia de pterígio, ou se é um procedimento considerado simples e seguro.

A cirurgia é geralmente segura e realizada com anestesia local. Complicações graves são raras, mas como qualquer procedimento cirúrgico, há riscos que devem ser discutidos com o oftalmologista.

 

Qual é o custo aproximado de uma cirurgia de pterígio em clínica particular, e esses valores costumam variar muito entre diferentes cidades ou estados?

Os custos variam de R$ 1.500 a R$ 6.000, dependendo da técnica utilizada, materiais (como cola biológica ou uso de PRF), e região do país. Capitais tendem a ter preços mais elevados.

 

A cirurgia de pterígio é coberta pelos convênios médicos (Amil, Unimed, Bradesco, Sulamérica, Hapvida)? E se sim, eles cobrem todas as técnicas ou só as mais básicas, como a de esclera exposta?

Em geral, os convênios cobrem a cirurgia de pterígio, mas muitas vezes só autorizam a técnica básica. Procedimentos com cola biológica, PRF ou adjuvantes modernos podem exigir pagamento extra.

 

Existe alguma forma de saber se meu plano de saúde cobre o uso da mitomicina C ou do enxerto de conjuntiva durante a cirurgia de pterígio?

Sim, você pode solicitar ao seu médico um relatório detalhado e fazer a solicitação prévia junto ao plano. A cobertura depende do contrato e da justificativa clínica apresentada.

 

Quem tem pterígio pode usar lentes de contato normalmente ou esse tipo de lesão ocular interfere na adaptação e uso prolongado das lentes?

O uso de lentes pode ser dificultado pela presença do pterígio, especialmente se houver irritação ou se ele alterar a curvatura da córnea. O ideal é discutir com o oftalmologista.

 

O pterígio tem alguma relação com doenças autoimunes, alergias ou fatores hereditários, ou ele é causado apenas por exposição ao sol e vento?

Além da radiação UV e fatores ambientais, sabe-se que há componentes genéticos e inflamatórios envolvidos. Pessoas com histórico familiar podem ter maior predisposição ao desenvolvimento do pterígio.

 

Sou uma pessoa que pratica muito esporte ao ar livre. Usar óculos escuros realmente ajuda a evitar pterígio ou isso é um mito?

Não é mito. Óculos escuros com proteção UV, especialmente os que envolvem bem os olhos, são uma das formas mais eficazes de prevenir o pterígio e sua progressão.

 

Já fiz a cirurgia de pterígio há alguns anos, mas estou com uma vermelhidão no mesmo local. Pode ser uma recidiva mesmo depois de tanto tempo?

Sim, a recidiva pode acontecer meses ou até anos depois da cirurgia. É importante reavaliar com um oftalmologista para confirmar se se trata de um novo pterígio ou outro tipo de lesão.

 

Existe idade mínima ou máxima para operar o pterígio? Crianças ou idosos também podem passar pelo procedimento com segurança?

A cirurgia pode ser realizada em qualquer idade, desde que haja indicação. Crianças raramente desenvolvem pterígio, mas idosos podem ser operados com segurança, respeitando as condições clínicas.

 

O uso de colírios como lubrificantes e anti-inflamatórios por longos períodos pode ter algum efeito colateral nos olhos?

Lubrificantes são seguros mesmo com uso prolongado. Já os anti-inflamatórios, especialmente corticoides, devem ser usados com orientação médica, pois podem causar efeitos como aumento da pressão ocular.

 

Caso eu não queira operar, o pterígio pode causar complicações mais graves no futuro, como perda de visão irreversível ou algo do tipo?

Na maioria dos casos, o pterígio causa desconforto ou alterações visuais leves. No entanto, se crescer muito, pode comprometer a visão ou dificultar cirurgias futuras. A decisão deve ser feita com acompanhamento médico.

 

Referências

 

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  8. CHU, Wai Kit et al. Pterygium: New insights. Eye, v. 34, p. 1047–1050, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41433-020-0786-3

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