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Doença de Best. O que é e como se trata?

doença de best

Doença de Best: Entenda o que é, como diagnosticar e tratar essa distrofia macular hereditária

 

A Doença de Best é uma doença da retina ou distrofia macular hereditária causada por mutações no gene BEST1, afetando a visão central principalmente em crianças e adolescentes. Seus sintomas evoluem lentamente e incluem visão borrada, metamorfopsia e escotoma central.

O diagnóstico é feito por exames de imagem como OCT, eletrooculograma e teste genético. Embora não tenha cura, o acompanhamento regular e as pesquisas em terapia gênica oferecem perspectivas promissoras para o futuro.

 

  1. O que é a Doença de Best?

A Doença de Best, ou Distrofia Macular Viteliforme de Best, é uma condição genética que afeta a mácula, área central da retina responsável pela visão de alta resolução. Essa doença integra um grupo conhecido como bestrofinopatias, associadas a mutações no gene BEST1. Esse gene codifica a proteína bestrofina 1, localizada principalmente no epitélio pigmentar da retina (EPR), onde funciona como um canal aniônico ativado por cálcio.

 

O quadro clínico é tipicamente bilateral e simétrico, com início comum na infância ou adolescência. A doença evolui por estágios bem definidos: estágio pré-viteliforme, viteliforme clássico, pseudohipópio, vitelirruptivo, atrófico e, eventualmente, cicatricial. A progressão pode ser lenta, e muitos pacientes mantêm acuidade visual útil por décadas.

 

  1. Fatores de risco e causas genéticas

A principal causa da Doença de Best são mutações dominantes no gene BEST1. Essa herança autossômica dominante implica que filhos de pais afetados têm 50% de chance de herdar a mutação. Apesar disso, a penetrância incompleta e a expressividade variável são características marcantes, o que significa que nem todos os portadores apresentarão sintomas clínicos ou alterações visíveis nos exames.

 

A bestrofina 1 atua no transporte de íons e na regulação do cálcio intracelular, influenciando diretamente a função do EPR. Alterações em sua estrutura comprometem a remoção de resíduos fotoreceptores, levando ao acúmulo de material lipofuscínico sob a retina e à degeneração da mácula.

 

Estudos demonstram que há pelo menos 200 mutações no BEST1 associadas a formas distintas de bestrofinopatia, incluindo distrofias maculares do adulto e formas recessivas mais severas. O papel da genética é central tanto no diagnóstico quanto no aconselhamento familiar.

olho com mácula saudável
Imagem Ilustrativa
  1. Sintomas mais comuns

Nos estágios iniciais, muitos pacientes podem ser assintomáticos. Quando presentes, os sintomas incluem:

 

  • Visão central embaçada ou distorcida;
  • Metamorfopsia (linhas retas parecem onduladas);
  • Diminuição da sensibilidade ao contraste;
  • Escotoma central (ponto cego no campo de visão);
  • Dificuldade com leitura e reconhecimento de rostos.

 

A acuidade visual pode permanecer relativamente preservada durante anos, especialmente em fases iniciais. Entretanto, à medida que o material subretiniano é absorvido e ocorrem alterações atróficas, há uma tendência à piora da visão. Em alguns casos, complicações como neovascularização de coróide (CNV) podem acelerar a perda visual.

 

  1. Como fazer o diagnóstico da Doença de Best?

 

O diagnóstico da Doença de Best exige uma abordagem multimodal:

  • Exame de fundo de olho: permite visualizar lesão típica em forma de gema de ovo;
  • Autofluorescência de fundo (FAF): mostra áreas de hiperautofluorescência seguidas por hipoautofluorescência conforme a doença progride;
  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): revela acúmulo de material subretiniano com desorganização das camadas retinianas;
  • Eletrooculograma (EOG): revela queda da relação luz/escuro (Arden ratio), um achado clássico em BVMD;
  • Eletroretinograma (ERG): geralmente normal em formas clássicas;
  • Testes genéticos: confirmam a mutação no gene BEST1 e são úteis para triagem familiar.

 

A OCT, em especial, revolucionou o acompanhamento da Doença de Best, permitindo visualizar com precisão a espessura da retina, a integridade do EPR e a evolução das lesões ao longo do tempo. É também fundamental no diagnóstico diferencial com outras distrofias maculares e degenerações senis.

  1. Como tratar a Doença de Best?

Apesar de ainda não existir uma cura definitiva, os avanços no diagnóstico precoce e no manejo clínico têm melhorado significativamente a qualidade de vida dos pacientes. As principais estratégias incluem:

 

  • Acompanhamento regular: com exames anuais de OCT, EOG e avaliação da acuidade visual;
  • Reabilitação visual: especialmente em fases mais avançadas da doença;
  • Tratamento de Membrana Neovascular: com injeções intravítreas de anti-VEGF, como o ranibizumabe ou aflibercepte, nos casos em que ocorre neovascularização;
  • Orientações sobre estilo de vida: como cessar o tabagismo e controlar fatores sistêmicos que possam agravar o quadro ocular;

 

Além disso, o aconselhamento genético é essencial, principalmente para familiares assintomáticos, visto o caráter hereditário da doença.

 

Avanços em pesquisa e terapias futuras

Estudos em modelos animais e o uso de células-tronco humanas induzidas (iPSCs) derivadas de pacientes têm proporcionado importantes insights sobre a fisiopatologia da Doença de Best. Esses modelos permitiram a reprodução de aspectos-chave da degeneração retiniana, possibilitando o teste de novas drogas e abordagens de terapia gênica.

 

A terapia gênica, que já demonstrou eficácia em outras distrofias hereditárias como a Amaurose Congênita de Leber, é uma esperança concreta para pacientes com Best. Ensaios clínicos com vetores virais como AAV (adeno-associated virus) estão em fase de desenvolvimento para corrigir mutações no BEST1 e restaurar a função do EPR.

Apesar de ainda em fase experimental, essa abordagem promete transformar o tratamento da doença em um futuro próximo, especialmente para formas precoces ou com evolução agressiva.

 

  1. Conclusão

A Doença de Best representa um importante modelo de distrofia macular hereditária, tanto por seu valor clínico quanto científico. Seu diagnóstico exige atenção aos sinais precoces e o uso integrado de exames de imagem e genéticos. Embora o tratamento ainda seja basicamente de suporte, os avanços nas pesquisas genéticas e em terapias moleculares abrem perspectivas otimistas.

 

Para os pacientes, o mais importante é manter o acompanhamento com especialista em retina, aderir ao monitoramento regular e adotar medidas que preservem a saúde ocular. Profissionais da área devem estar atentos ao diagnóstico diferencial e ao rastreio familiar, otimizando as chances de intervenção precoce e suporte adequado.

 

Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.
Saiba mais em aronguimaraes.com.br

 

Perguntas sobre o tema:

 

  1. O que é a Doença de Best?

É uma distrofia macular hereditária que afeta a mácula, parte central da retina responsável pela visão de detalhes. É causada por mutações no gene BEST1.

 

  1. A Doença de Best tem cura?

Atualmente, não há cura. No entanto, o acompanhamento oftalmológico e novas pesquisas (como terapia gênica) oferecem esperança para o futuro.

 

  1. A Doença de Best causa cegueira?

Ela pode comprometer seriamente a visão central, mas geralmente não leva à cegueira total. A visão periférica costuma ser preservada.

 

  1. Quais são os primeiros sintomas da Doença de Best?

Visão embaçada, dificuldade para ler, distorção de imagens (metamorfopsia) e escotoma central (mancha escura na visão).

 

  1. É uma doença progressiva?

Sim. Ela evolui em estágios, podendo durar anos até alcançar formas mais avançadas.

 

  1. Como é feito o diagnóstico?

Por meio de exames oftalmológicos como fundo de olho, tomografia de coerência óptica (OCT), autofluorescência e eletrooculograma (EOG), além de testes genéticos.

 

  1. É possível ter a doença sem sintomas?

Sim. Algumas pessoas, mesmo com a mutação genética, podem não apresentar sintomas visíveis.

 

  1. A Doença de Best é hereditária?

Sim. É transmitida de forma autossômica dominante — basta um dos pais ser portador para haver 50% de chance de herança genética.

 

  1. Existe tratamento para recuperar a visão?

Não há tratamentos para recuperar a visão perdida, mas é possível tratar complicações como neovascularização com medicamentos anti-VEGF.

 

  1. É comum em crianças?

Sim. Ela costuma aparecer na infância ou adolescência, embora possa ser diagnosticada em adultos.

 

  1. Como saber se tenho a mutação do gene BEST1?

Através de exame genético, que pode ser solicitado por um oftalmologista ou geneticista.

 

  1. Como é o acompanhamento da doença?

Inclui consultas oftalmológicas regulares, exames de imagem (OCT) e eletrofisiológicos (EOG), além de apoio psicológico e reabilitação visual, se necessário.

 

  1. A doença pode afetar apenas um olho?

É rara a apresentação unilateral. A maioria dos casos é bilateral e simétrica.

 

  1. Existe risco de passar a doença para meus filhos?

Sim, se você tiver a mutação no gene BEST1, cada filho tem 50% de chance de herdar.

 

  1. Há alguma forma de prevenir a Doença de Best?

Não. Como é uma condição genética, não pode ser prevenida. Mas o diagnóstico precoce ajuda a gerenciar melhor os sintomas.

 

  1. É seguro dirigir com Doença de Best?

Depende do grau de comprometimento visual. O médico oftalmologista deve avaliar individualmente.

 

  1. Posso trabalhar normalmente com essa doença?

Sim, especialmente nas fases iniciais. Em casos avançados, pode ser necessário readaptação no ambiente de trabalho.

 

  1. Existe alguma dieta ou vitamina que ajude?

Não há evidência científica de que dieta ou suplementação possa alterar o curso da doença, mas manter uma dieta equilibrada é sempre benéfico.

 

  1. Tabagismo interfere na Doença de Best?

Sim. O cigarro pode agravar doenças da retina. Pacientes devem evitar fumar.

 

  1. Há risco de confundir com outras doenças?

Sim. Pode ser confundida com degeneração macular relacionada à idade ou outras distrofias. Por isso, exames específicos são essenciais.

 

  1. Quanto tempo leva para a doença avançar?

Varia entre pacientes. Pode permanecer estável por muitos anos ou evoluir de forma lenta e progressiva.

 

  1. Crianças devem fazer exames mesmo sem sintomas?

Se houver histórico familiar, sim. O diagnóstico precoce pode evitar complicações e facilitar o acompanhamento.

 

  1. Existem centros especializados nessa doença?

Sim. Centros de referência em doenças hereditárias da retina e universidades com especialização em genética ocular podem oferecer suporte completo.

 

  1. É possível participar de estudos clínicos?

Sim. Alguns centros realizam pesquisas com novos tratamentos, como terapia gênica. Converse com seu oftalmologista sobre essa possibilidade.

 

  1. O que é terapia gênica e como pode ajudar?

É um tratamento experimental que visa corrigir a mutação genética causadora da doença. Embora ainda esteja em estudo, representa uma esperança para o futuro.

 

Referências

 

 

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