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Coriorretinopatia Serosa Central (CSC): Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos Atuais

Coriorretinopatia Serosa Central (CSC): Um Guia Completo sobre a Doença e Suas Perspectivas Terapêuticas

A Coriorretinopatia Serosa Central (CSC) é uma condição oftalmológica que afeta a retina, a camada sensível à luz no fundo do olho. Ela se caracteriza pelo acúmulo de fluido sob a retina, levando a um descolamento seroso, que distorce a visão central. Este guia completo fornece informações detalhadas sobre a CSC, desde seus primeiros relatos até as abordagens terapêuticas mais recentes, incluindo diagnóstico, fatores de risco, sintomas e prognóstico.

Histórico e Evolução do Entendimento da CSC

A CSC foi descrita pela primeira vez em 1866 por Albrecht von Graefe. Inicialmente atribuída apenas a problemas no epitélio pigmentar da retina (EPR), a compreensão da CSC evoluiu significativamente. Avanços como a angiografia fluoresceínica (AF) e a tomografia de coerência óptica (OCT) revelaram o papel da coroide, a camada vascular abaixo da retina. A angiografia com verde de indocianina (ICG) solidificou a CSC como parte do espectro das “paquicoroides”.

Inicialmente, a CSC era vista como uma condição única, porém hoje sabemos que ela faz parte de um espectro de doenças da “pachicoroide”.

O que é a Coriorretinopatia Serosa Central (CSC)?

A CSC é caracterizada pelo acúmulo de fluido seroso entre a retina neurossensorial e o epitélio pigmentar da retina (EPR). Esse fluido vem da coroide, uma camada de vasos sanguíneos sob o EPR. A CSC geralmente afeta a mácula, a área central da retina responsável pela visão de detalhes e cores, resultando em visão central embaçada, distorcida ou com manchas escuras.

Classificações da CSC

  • CSC Aguda: Resolução espontânea do fluido em até 4-6 meses, com boa recuperação visual.
  • CSC Crônica: Fluido sub-retiniano persistente por mais de 6 meses, com risco de danos permanentes ao EPR e perda visual significativa.
  • CSC Recorrente: Episódios repetidos de acúmulo de fluido, com ou sem resolução completa entre eles.

Epidemiologia

A CSC afeta mais homens do que mulheres, com uma proporção de 2:1 a 6:1, geralmente entre 30 e 50 anos. A prevalência pode ser maior em asiáticos e menor em africanos. Casos em crianças e idosos são raros.

Fatores de Risco da CSC

A CSC é multifatorial, o que significa que vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento:

  • Corticosteroides: O uso de corticosteroides (oral, tópico, inalatório, injetável) é o fator de risco mais importante. Mesmo doses baixas podem desencadear a CSC.
  • Estresse Psicológico: O estresse aumenta os níveis de cortisol, que podem contribuir para a CSC. Pessoas com personalidade “Tipo A” (competitivas, orientadas a metas) podem ter maior risco.
  • Distúrbios do Sono: Apneia do sono e trabalho em turnos irregulares estão associados à CSC.
  • Gravidez: A CSC pode ocorrer durante a gravidez, geralmente no terceiro trimestre, resolvendo-se após o parto.
  • Outros Fatores: Hipertensão arterial, medicamentos vasodilatadores (ex: Viagra), predisposição genética, infecção por Helicobacter pylori.

Fisiopatologia da CSC: Como a Doença se Desenvolve

A CSC resulta de uma combinação de disfunção do EPR e alterações na coroide:

  • Hiperpermeabilidade da Coroide: A coroide torna-se “vazada”, permitindo que o fluido passe para o espaço sub-retiniano.
  • Disfunção do EPR: O EPR, que normalmente bombeia o fluido para fora do espaço sub-retiniano, falha em sua função.
  • Efeito dos Corticosteroides: Os corticosteroides pioram a permeabilidade da coroide e a função do EPR.

Sintomas da Coriorretinopatia Serosa Central (CSC)

Os sintomas variam, mas os mais comuns são:

  • Visão embaçada ou borrada (principalmente na área central)
  • Escotomas centrais (manchas escuras na visão central)
  • Micropsia (objetos parecem menores)
  • Metamorfopsia (linhas retas parecem onduladas)
  • Alterações na percepção das cores e redução do contraste

Em casos crônicos, os danos ao EPR podem ser irreversíveis, levando a sintomas mais graves.

Diagnóstico da CSC

O diagnóstico combina a avaliação clínica do oftalmologista com exames de imagem:

  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): Exame essencial, mostra o fluido sub-retiniano e alterações no EPR com alta precisão.
  • Angiografia com Fluoresceína (AF): Mostra os pontos de vazamento, que podem aparecer como “manchas de tinta” ou “fumaça”.
  • Angiografia com Verde de Indocianina (ICG): Avalia a hiperpermeabilidade da coroide, importante em casos crônicos.
  • Angio-OCT: Detecta neovascularização (novos vasos sanguíneos anormais) associada.

Diagnósticos Diferenciais

É crucial diferenciar a CSC de outras condições, como:

  • Degeneração macular relacionada à idade (DMRI)
  • Uveítes
  • Descolamentos exsudativos de retina

A combinação dos exames de imagem é fundamental para o diagnóstico correto.

Tratamentos para a Coriorretinopatia Serosa Central (CSC)

O tratamento depende da gravidade, duração e impacto na visão:

  • Observação: Em casos agudos, a CSC frequentemente se resolve sozinha em 4-6 meses. O acompanhamento regular é essencial.
  • Terapias Baseadas em Laser:
    • Terapia Fotodinâmica (PDT): Muito utilizada em casos crônicos. Um medicamento (verteporfina) é injetado na veia e, em seguida, um laser de baixa intensidade é aplicado na área afetada, reduzindo a permeabilidade da coroide.
    • Laser Focal: Usado para tratar vazamentos localizados fora da área central da visão.
  • Tratamentos Medicamentosos:
    • Antagonistas de Mineralocorticoides: (Ex: espironolactona, eplerenona) Reduzem o fluido sub-retiniano e a espessura da coroide.
    • Outros: Inibidores de MRA estão sendo estudados.
  • Mudanças no Estilo de Vida: Reduzir o estresse, melhorar a qualidade do sono e, se possível, suspender o uso de corticosteroides (sob orientação médica) são medidas importantes.

Perspectivas Futuras no Tratamento da CSC

A pesquisa continua a explorar novas opções terapêuticas:

  • Terapias anti-VEGF: O Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF) é uma proteína que estimula o crescimento de vasos sanguíneos e aumenta a permeabilidade vascular. Em algumas condições oculares, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e a retinopatia diabética, há um excesso de VEGF, levando ao crescimento de vasos sanguíneos anormais e frágeis que vazam fluido e sangue na retina.
  • Laser de micropulso: Utiliza pulsos de laser ultracurtos para estimular o EPR a bombear o fluido, minimizando o dano térmico.

Prognóstico e Acompanhamento

A maioria dos casos agudos de CSC tem bom prognóstico, com recuperação visual completa. No entanto, a CSC crônica ou recorrente pode levar a danos permanentes na visão. A taxa de recorrência é de 30% a 50%, por isso, o acompanhamento oftalmológico regular é crucial para detectar e tratar precocemente qualquer novo episódio.

Perguntas Frequentes (FAQ)

“Tenho 35 anos, sou homem, e comecei a perceber manchas na visão do olho direito há dois meses. Recentemente, usei injeções de corticóides para tratar uma dor no joelho. Posso estar com CSC? O que devo fazer?”
Sim, há uma possibilidade de você estar apresentando Coriorretinopatia Serosa Central (CSC), especialmente porque o uso de corticóides é um fator de risco conhecido. Procure um oftalmologista especialista em retina para um exame completo, incluindo OCT e angiografia. A suspensão dos corticoides (com orientação médica) e o acompanhamento são importantes.
“Sou mulher, tenho 40 anos, e estou grávida de 7 meses. Comecei a perceber minha visão embaçada e distorcida no olho esquerdo. Isso pode ser Coriorretinopatia serosa? É perigoso para minha gravidez?”
Sim, a CSC pode ocorrer na gravidez. Geralmente, ela se resolve após o parto. Embora não seja um risco direto para a gravidez, é fundamental o acompanhamento oftalmológico com OCT para monitorar a evolução.
“Tenho 50 anos, sou homem, e percebo que minha visão central está embaçada há cerca de três semanas. Trabalho em turnos noturnos e recentemente passei por um período de estresse intenso. Isso pode estar relacionado à CSC?”
Sim, estresse e distúrbios do sono são fatores de risco para CSC. Um exame oftalmológico completo (OCT, angiografia) é essencial. Reduzir o estresse e regularizar o sono são medidas importantes.
“Tenho 28 anos, sou mulher, e comecei a perceber que os objetos parecem distorcidos no olho direito. Isso pode ser CSC, mesmo sendo mais comum em homens?”
Sim, a CSC pode afetar mulheres, especialmente se houver fatores de risco. A distorção visual (metamorfopsia) é um sintoma comum. Uma avaliação com um especialista em retina é crucial.
“Sou homem, tenho 60 anos, e já fui diagnosticado com CSC crônica. Notei que a visão do meu olho esquerdo piorou nos últimos meses. Existe algo novo no tratamento que possa ajudar?”
Sim, existem opções para CSC crônica. A terapia fotodinâmica (PDT) ainda é eficaz. Além disso, antagonistas de mineralocorticoides (espironolactona, eplerenona) e outras terapias emergentes estão sendo estudadas. Consulte um especialista em retina para discutir as melhores opções para o seu caso.

Fontes Utilizadas:

  • Fung, A. T., Yang, Y., & Kam, A. W. (2023). Central serous chorioretinopathy: A review. Clinical & Experimental Ophthalmology, 51(3), 243-270.
  • Bousquet, E., et al. (2023). Choriorétinopathie séreuse centrale: une revue. Ophthalmology.

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