Cirurgia de Catarata no Paciente com Esquizofrenia: O Que Muda?
A esquizofrenia é uma condição complexa que vai além dos sintomas psiquiátricos. Ela impacta diretamente a qualidade de vida e, muitas vezes, camufla ou dificulta o diagnóstico de outras doenças, como a catarata — uma das principais causas de cegueira reversível no mundo. Quando falamos da cirurgia de catarata em pacientes com esquizofrenia, estamos abordando um tema que exige não só conhecimento técnico, mas também empatia, escuta ativa e uma visão integrada da saúde.
Este texto aprofunda um aspecto frequentemente negligenciado: o aumento do risco de catarata em pessoas com esquizofrenia, especialmente aquelas em uso prolongado de antipsicóticos típicos, como a clorpromazina. Esses medicamentos, essenciais para o controle da doença mental, podem contribuir para alterações no cristalino, levando à opacificação da visão. Soma-se a isso o fato de que esses pacientes muitas vezes apresentam outras condições associadas, como diabetes, baixa adesão ao tratamento e dificuldades no acesso à saúde, o que torna o diagnóstico e o manejo da catarata ainda mais desafiadores.
Mas há solução — e ela passa por uma abordagem humanizada, cuidadosa e multidisciplinar. A cirurgia de catarata é segura, eficaz e pode transformar a vida desses pacientes. No entanto, requer planejamento adaptado: desde a avaliação pré-operatória com suporte psiquiátrico, passando pela escolha criteriosa da anestesia, até o acompanhamento pós-operatório intensivo, com o apoio de cuidadores e da equipe de saúde mental.
Restaurar a visão de um paciente com esquizofrenia pode representar muito mais do que uma melhora clínica. Pode ser o ponto de virada para sua reinserção social, retomada da autonomia e, em muitos casos, um avanço significativo na adesão ao tratamento psiquiátrico.
Se você é profissional da saúde, familiar ou cuidador, entender esse processo pode fazer toda a diferença. E se você é paciente ou convive com alguém que enfrenta essa realidade, saiba: é possível ver o mundo com outros olhos — e, sobretudo, com mais dignidade.
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O que é a esquizofrenia e qual seu tratamento?
A esquizofrenia é um transtorno mental crônico e grave que afeta a forma como a pessoa pensa, sente e se comporta. Estima-se que afete cerca de 1% da população mundial e é considerada uma das dez doenças de maior impacto global segundo a Organização Mundial da Saúde. Os sintomas são divididos em três categorias principais: positivos (alucinações, delírios), negativos (apatia, retraimento social, embotamento afetivo) e cognitivos (dificuldade de concentração, memória e organização).
O tratamento da esquizofrenia é baseado principalmente no uso de antipsicóticos, que são medicamentos que ajudam a controlar os sintomas ao atuar em neurotransmissores, especialmente a dopamina. Existem duas principais classes de antipsicóticos: os típicos (de primeira geração) e os atípicos (de segunda geração).
Entre os típicos, podemos citar a clorpromazina, haloperidol, tioridazina e flufenazina.
Esses medicamentos costumam ter um efeito mais direto nos sintomas positivos, mas estão associados a efeitos colaterais neurológicos significativos, como rigidez muscular, tremores, movimentos involuntários e sedação intensa. A clorpromazina, por exemplo, tem sido associada ao desenvolvimento de opacidades no cristalino (catarata) após uso prolongado, sendo esse um risco pouco reconhecido entre os profissionais da saúde.
Os antipsicóticos atípicos, como risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol e clozapina, têm perfil de efeitos colaterais diferente, com menor incidência de sintomas extrapiramidais, mas maior risco de alterações metabólicas, como ganho de peso, diabetes tipo 2 e dislipidemias. Ainda assim, há registros de possíveis efeitos oculares com esses medicamentos, como a associação entre quetiapina e alterações no cristalino em modelos animais.
Além do tratamento medicamentoso, é essencial o acompanhamento multidisciplinar envolvendo psicoterapia, terapias ocupacionais, suporte social e familiar, além da reabilitação psicossocial. A adesão ao tratamento, por sua vez, costuma ser um desafio, especialmente em pacientes com sintomas negativos intensos ou ausência de consciência da doença (anosognosia).
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O que é catarata e qual seu tratamento?
A catarata é uma opacificação progressiva do cristalino, que é a lente natural e transparente do olho responsável por focalizar a luz na retina. Com o passar do tempo, essa lente pode tornar-se opaca, dificultando a passagem da luz e levando a uma perda progressiva da visão. A principal causa de catarata é o envelhecimento (catarata senil), mas também pode ser desencadeada por trauma ocular, diabetes, doenças inflamatórias oculares, exposição solar intensa sem proteção adequada, uso prolongado de corticoides e, como visto, certos medicamentos psicotrópicos.
Os sintomas típicos incluem visão embaçada, sensibilidade à luz, percepção de halos ao redor de fontes luminosas, dificuldade para dirigir à noite e troca frequente de óculos sem melhora da acuidade visual. Em alguns casos, há perda significativa da qualidade de vida, com limitação de atividades rotineiras como leitura, ver televisão ou realizar tarefas domésticas.
O único tratamento eficaz para catarata é a cirurgia, que consiste na remoção do cristalino opaco e sua substituição por uma lente intraocular (LIO). Essa cirurgia é uma das mais realizadas no mundo, com taxas de sucesso acima de 95%. Com o avanço da tecnologia, os procedimentos tornaram-se cada vez mais seguros, com recuperação rápida e baixa incidência de complicações.
Leia também: Qual o custo de uma lente intraocular?
O procedimento padrão envolve a facoemulsificação, técnica em que a lente natural é fragmentada por ultrassom e aspirada, sendo substituída pela lente artificial. Existem diferentes tipos de LIOs, incluindo as monofocais, multifocais e tóricas, que podem ser escolhidas conforme as necessidades visuais e características do paciente. A decisão sobre o tipo de lente deve considerar o perfil do paciente, sua capacidade de adaptação e rotina visual, o que é particularmente importante em indivíduos com esquizofrenia.
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Pacientes com esquizofrenia têm mais catarata?
Evidências científicas apontam que pacientes com esquizofrenia apresentam um risco aumentado de desenvolver catarata, especialmente aqueles em uso crônico de antipsicóticos típicos. Estudos clínicos identificaram alterações no cristalino associadas ao uso prolongado de medicamentos como clorpromazina e tioridazina, com padrão característico de opacificação anterior subcapsular e depósitos pigmentares.
Além dos efeitos diretos dos medicamentos, outros fatores contribuem para esse risco aumentado:
- Fatores comportamentais: é comum que pacientes com esquizofrenia apresentem hábitos menos saudáveis, como tabagismo, dieta desequilibrada, sedentarismo e baixa exposição ao autocuidado, o que pode acelerar o processo de envelhecimento ocular.
- Comorbidades clínicas: doenças como diabetes mellitus, hipertensão arterial e dislipidemias são mais frequentes nesta população, também elevando o risco de catarata.
- Menor acesso à saúde: muitos pacientes com transtornos mentais graves enfrentam barreiras ao acesso ao sistema de saúde, o que leva à falta de diagnósticos precoces e intervenções preventivas.
Estudos como o de Novais e Souza (2008), realizado com pacientes em uso de antipsicóticos, mostraram que até 40% dos usuários de típicos apresentavam sinais de catarata, frente a 18% entre os usuários de atípicos. Outro dado relevante vem do estudo de Ruigómez et al. (2000), que encontrou aumento do risco relativo de catarata em pacientes em uso de doses elevadas de clorpromazina e prochlorperazina.
Imagem ilustrativa
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A cirurgia de catarata nesses casos é mais arriscada? O que muda? Quais são os cuidados necessários?
Sim, embora a técnica cirúrgica em si não se altere significativamente, a abordagem ao paciente com esquizofrenia exige cuidados específicos e um planejamento detalhado, que envolva equipe multidisciplinar e atenção especial desde o pré-operatório até o pós-operatório.
a) Desafios na avaliação pré-operatória:
Muitos pacientes com esquizofrenia apresentam dificuldades cognitivas, desorganização do pensamento ou desconfiança, o que pode dificultar a compreensão do procedimento, assinatura de consentimento e cooperação com exames pré-operatórios como mapeamento de retina, ultrassonografia ocular ou biometria.
É fundamental avaliar a capacidade de discernimento do paciente. Quando este não tem autonomia para consentir, o responsável legal deve ser acionado. A participação ativa do psiquiatra assistente é essencial para ajustar o tratamento medicamentoso e contribuir com informações sobre o comportamento e estado mental do paciente.
b) Planejamento anestésico:
Em pacientes cooperativos e estáveis, a anestesia tópica com ou sem sedação leve é possível e preferível. No entanto, a presença de sintomas psicóticos ativos, agitação psicomotora ou histórico de baixa adesão pode exigir anestesia geral, o que aumenta o tempo de recuperação e os riscos associados.
A manutenção dos antipsicóticos durante o perioperatório é importante para evitar recaídas. Algumas interações medicamentosas entre antipsicóticos e anestésicos devem ser consideradas, especialmente em relação à depressão respiratória, prolongamento do intervalo QT e instabilidade hemodinâmica.
c) Manejo intraoperatório e cirúrgico:
É comum que pacientes com esquizofrenia apresentem movimentos involuntários, inquietação ou dificuldade em manter o olhar fixo. Esses fatores aumentam o risco de complicações durante a facoemulsificação, como ruptura da cápsula posterior, perda vítrea, deslocamento de lente e aumento do tempo cirúrgico.
Cirurgias em centros de referência, com anestesista e cirurgião experientes, são recomendadas. Em alguns casos, considera-se a aplicação de bloqueios retrobulbares ou peribulbares para garantir analgesia e imobilidade ocular, evitando anestesia geral sempre que possível.
d) Pós-operatório e adesão ao tratamento:
A adesão ao uso correto de colírios antibióticos e anti-inflamatórios, bem como o comparecimento às consultas de retorno, pode ser comprometida. O papel da equipe de saúde mental e dos cuidadores é essencial nesse momento.
Em casos de internação psiquiátrica, pode-se realizar o acompanhamento oftalmológico na própria unidade hospitalar. Em pacientes ambulatoriais, instruções escritas simples, lembretes e supervisão ativa dos familiares ajudam a garantir melhores resultados visuais.
e) Resultados visuais e qualidade de vida:
Com os cuidados adequados, os resultados visuais são comparáveis aos de pacientes sem transtornos mentais. Estudos apontam que a melhora da visão pode inclusive contribuir para melhora da interação social, autonomia e adesão ao tratamento psiquiátrico, promovendo uma reabilitação mais ampla do paciente.
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Conclusão
A catarata é uma condição prevalente e tratável, cuja abordagem deve ser adaptada quando ocorre em pacientes com esquizofrenia. A complexidade não reside apenas no ato cirúrgico, mas em todo o processo de cuidado que envolve essa população.
Com conhecimento técnico, sensibilidade clínica e atuação integrada entre oftalmologistas, psiquiatras, anestesistas e cuidadores, é possível oferecer a esses pacientes um tratamento de excelência, devolvendo não apenas a visão, mas também promovendo dignidade e inclusão.
A oftalmologia, ao se debruçar sobre os desafios da saúde mental, amplia seu alcance humanitário e reforça o compromisso com a equidade no cuidado.
Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.
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Perguntas sobre o tema:
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Pacientes com esquizofrenia podem fazer cirurgia de catarata com segurança, mesmo com histórico de crises psicóticas?
Sim, a cirurgia de catarata é possível e segura em pacientes com esquizofrenia, mesmo com histórico de crises, desde que o quadro psiquiátrico esteja controlado e haja acompanhamento multidisciplinar adequado.
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A esquizofrenia interfere na recuperação da cirurgia de catarata?
Pode interferir, principalmente se o paciente tiver dificuldade de aderir às orientações pós-operatórias, como uso correto de colírios e comparecimento às consultas de retorno.
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O uso prolongado de antipsicóticos aumenta o risco de catarata em pessoas com esquizofrenia?
Sim, especialmente antipsicóticos típicos como clorpromazina, que estão associados ao desenvolvimento de opacidades no cristalino após uso crônico em doses elevadas.
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Quais cuidados especiais devem ser tomados no pré-operatório em pacientes esquizofrênicos?
É essencial avaliar a capacidade de consentimento, ajustar medicações com o psiquiatra e garantir que o paciente compreenda o procedimento e a importância dos cuidados.
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A anestesia geral é sempre necessária para pacientes com esquizofrenia na cirurgia de catarata?
Não. Se o paciente for cooperativo, pode-se optar por anestesia tópica. A anestesia geral é indicada apenas quando há agitação, delírios ativos ou risco de movimentos involuntários.
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Quais são os principais riscos da cirurgia de catarata em pacientes com esquizofrenia?
Os riscos incluem movimentação involuntária durante o procedimento, baixa adesão ao pós-operatório e interações medicamentosas entre anestésicos e antipsicóticos.
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A cirurgia pode melhorar a qualidade de vida de pacientes com esquizofrenia?
Sim. A restauração da visão pode contribuir significativamente para maior autonomia, melhora da interação social e até mesmo maior adesão ao tratamento psiquiátrico.
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Pacientes em crise podem ser operados de catarata?
Não é recomendável realizar a cirurgia durante um episódio agudo. O ideal é estabilizar o quadro psiquiátrico antes de qualquer procedimento oftalmológico eletivo.
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É necessário interromper os antipsicóticos antes da cirurgia de catarata?
Não. A recomendação é manter a medicação antipsicótica para evitar descompensações psiquiátricas. Eventuais ajustes devem ser feitos pelo médico psiquiatra.
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Como garantir que o paciente usará os colírios corretamente após a cirurgia?
É fundamental contar com a ajuda de cuidadores ou familiares. Instruções claras, organização da rotina e supervisão direta aumentam a adesão ao tratamento.
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Qual o papel do psiquiatra no processo cirúrgico de catarata?
O psiquiatra deve avaliar a estabilidade mental do paciente, ajustar medicações se necessário e colaborar com a equipe médica durante todo o planejamento cirúrgico.
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A catarata pode evoluir mais rapidamente em pacientes com esquizofrenia?
Sim, especialmente se houver fatores associados como diabetes, tabagismo, exposição solar sem proteção e uso prolongado de determinados antipsicóticos.
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Quais sinais indicam que um paciente com esquizofrenia precisa de cirurgia de catarata?
Queixas visuais como visão embaçada, dificuldade para ler, andar ou reconhecer rostos, além de alterações oftalmológicas confirmadas em exames clínicos.
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O que fazer se o paciente não aceita fazer a cirurgia, mesmo com indicação médica?
É importante esclarecer os benefícios da cirurgia, envolver a família e, se necessário, acionar o responsável legal. Respeitar a autonomia é essencial, salvo em casos de incapacidade legalmente reconhecida.
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A cirurgia pode ser feita em hospital psiquiátrico?
Não é comum, mas em alguns casos pode-se realizar em parceria com hospitais gerais. O mais frequente é a articulação entre hospital psiquiátrico e centro cirúrgico especializado.
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A lente intraocular usada na cirurgia precisa ser especial para quem tem esquizofrenia?
Não necessariamente. A escolha da lente deve considerar as necessidades visuais, rotina do paciente e possibilidade de adaptação, mas não há contraindicação a lentes padrão.
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Existe contraindicação absoluta à cirurgia de catarata em pacientes com esquizofrenia?
Não há contraindicação absoluta. O mais importante é avaliar o estado clínico e mental do paciente, garantindo segurança e condições adequadas para o procedimento.
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A esquizofrenia pode afetar os resultados visuais após a cirurgia de catarata?
Se o procedimento for bem conduzido e o pós-operatório seguido corretamente, os resultados visuais são semelhantes aos de pacientes sem transtorno mental.
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O paciente precisa estar internado para fazer a cirurgia de catarata?
Não obrigatoriamente. Se houver suporte familiar e estabilidade clínica, pode ser ambulatorial. Internações podem ser necessárias em casos de risco comportamental.
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Que estratégias ajudam o paciente com esquizofrenia a se preparar para a cirurgia?
Explicações simples, visitas prévias ao centro cirúrgico, envolvimento do cuidador e tranquilizantes leves podem ser úteis na preparação emocional e logística.
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Como evitar que o paciente coce ou esfregue o olho operado?
Orientações claras e, se necessário, uso de protetor ocular e supervisão direta por parte de cuidadores ajudam a evitar lesões pós-operatórias.
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A cirurgia deve ser feita em ambos os olhos ao mesmo tempo?
Geralmente, opera-se um olho por vez, especialmente em pacientes com esquizofrenia, para reduzir riscos e facilitar o manejo pós-operatório.
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O paciente pode retomar suas atividades normais logo após a cirurgia?
Em geral, sim. Atividades leves são retomadas em poucos dias, mas deve-se evitar esforço físico intenso e exposição a ambientes com risco de contaminação.
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Como saber se o paciente está com dor ou desconforto ocular se ele tem dificuldade de se expressar?
Alterações comportamentais, agitação, esfregar os olhos e verbalizações atípicas podem indicar dor. A observação cuidadosa pelo cuidador é essencial.
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O que fazer se o paciente se recusa a usar os colírios prescritos após a cirurgia?
Tentar outras formas de administração supervisionada, reforçar a importância do uso e, em casos extremos, considerar opções terapêuticas alternativas com orientação médica.
Referências
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