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Ambliopia ou Olho Preguiçoso: O que é e como tratar?

ambliopia

Ambliopia ou Olho Preguiçoso: O que é e como tratar?

 

A visão é um dos sentidos mais fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, motor e emocional da criança. A ambliopia, ou “olho preguiçoso”, é uma condição que compromete esse desenvolvimento de forma silenciosa, podendo causar perda visual irreversível se não for tratada a tempo. Ela é a principal causa de baixa visão monocular evitável na infância e afeta milhões de crianças no mundo todo.

Neste artigo, você vai entender de forma clara e completa o que é a ambliopia, como identificá-la, os principais tipos, opções modernas de tratamento e por que é tão importante agir cedo. O conteúdo é baseado em evidências científicas recentes e traz orientações práticas para pais e responsáveis que desejam garantir a saúde visual das crianças.

 

Se desejar mais informações você pode agendar uma avaliação online com o Dr. Aron Guimarães

 

  1. O que é a ambliopia e quais os principais tipos?

 

A ambliopia é uma redução da acuidade visual em um ou ambos os olhos, causada por um desenvolvimento visual anormal nos primeiros anos de vida. O problema não está no olho em si, mas na forma como o cérebro processa as imagens vindas dele. Quando um dos olhos envia uma imagem embaçada, duplicada ou desalinhada, o cérebro tende a ignorar esse estímulo e prioriza o olho saudável. Com o tempo, isso leva à “preguiça” do olho afetado.

Estudos mostram que a ambliopia afeta entre 1% e 6% das crianças e pode permanecer na vida adulta, causando impacto na qualidade de vida e limitando atividades profissionais, especialmente aquelas que exigem visão binocular e percepção de profundidade .

 

Principais causas da ambliopia

 

As principais causas da ambliopia são:

  • Diferença de grau entre os olhos (anisometropia)
  • Desalinhamento ocular (estrabismo)
  • Obstrução do eixo visual (catarata congênita, ptose palpebral)
  • Erros refrativos elevados não corrigidos (ametropia bilateral)

 

Classificação da ambliopia

 

  • Ambliopia estrábica: É a forma mais comum. Ocorre quando há desalinhamento dos olhos (estrabismo), fazendo com que o cérebro ignore as imagens do olho desviado para evitar a visão dupla. Isso leva ao uso exclusivo do olho saudável, deixando o outro “preguiçoso”.
  • Ambliopia anisometrópica: Decorre da diferença significativa de grau entre os olhos. O cérebro recebe uma imagem embaçada de um dos olhos e passa a ignorá-la. Frequentemente passa despercebida, pois não há sinais externos evidentes como o estrabismo.
  • Ambliopia ametropia bilateral: Crianças com altos graus nos dois olhos, sem correção precoce, podem desenvolver ambliopia bilateral. A falta de estímulo visual adequado atrasa o desenvolvimento da visão.
  • Ambliopia por privação visual: É a forma mais rara e grave. Ocorre quando há algo impedindo a entrada de luz no olho, como catarata congênita, opacidades corneanas ou ptose palpebral severa. Requer intervenção cirúrgica precoce.

 

  1. Como funciona o tratamento e até que idade ele é indicado?

 

A boa notícia é que a ambliopia é tratável, principalmente quando detectada precocemente. O tratamento visa “ensinar” o cérebro a usar o olho amblíope e restaurar a visão perdida.

 

Idade ideal para tratamento

 

A plasticidade cerebral é maior nos primeiros anos de vida. Por isso, o tratamento é mais eficaz se iniciado até os 7–8 anos de idade, período chamado de “fase crítica” do desenvolvimento visual . Ainda assim, estudos mostram que adolescentes e até adultos jovens podem ter melhora visual com terapias apropriadas, embora em menor grau .

 

Fases do tratamento da ambliopia

 

  • Correção óptica (óculos): É o primeiro passo. Apenas o uso contínuo de óculos pode melhorar significativamente a visão do olho preguiçoso, especialmente em casos de anisometropia e ametropia bilateral. Um período de adaptação entre 12 e 22 semanas é recomendado antes de iniciar outras terapias .
  • Oclusão do olho saudável (tampão): O método mais tradicional e ainda considerado padrão-ouro. O tampão cobre o olho saudável por 2 a 6 horas por dia, forçando o uso do olho mais fraco. A eficácia depende da idade da criança, da gravidade da ambliopia e da adesão ao tratamento. Estudo da PEDIG mostrou que 2h/dia é tão eficaz quanto 6h/dia para ambliopia moderada .
  • Penalização com atropina: Consiste na aplicação de colírio de atropina no olho saudável, borrando sua visão de perto e incentivando o uso do olho amblíope. É uma alternativa útil para crianças que resistem ao uso do tampão. Pode causar efeitos colaterais como fotofobia e, em casos raros, ambliopia reversa se mal monitorada .
  • Filtros de Bangerter: Filtros de densidade variável colocados na lente do óculos do olho saudável, reduzindo sua nitidez. Menos invasivo, porém ainda pouco usado no Brasil.
  • Tratamentos binoculares (tecnologias emergentes): Utilizam jogos digitais, realidade virtual ou estímulos visuais dicópticos, onde cada olho recebe uma parte diferente da imagem, forçando o cérebro a usá-los em conjunto. Estudos apontam boa tolerância pelas crianças e melhora na adesão, mas os resultados ainda são inconsistentes e não superam os métodos convencionais .

 

Duração e acompanhamento

 

O tratamento pode durar de meses a anos, dependendo da gravidade e da resposta individual. Após o sucesso terapêutico, o acompanhamento deve continuar por ao menos 1 ano, já que cerca de 25% dos casos apresentam recidiva da ambliopia .

 

  1. Quais as possíveis complicações da ambliopia?

 

A principal complicação da ambliopia é a perda visual permanente no olho afetado, o que impacta diretamente a qualidade de vida e a segurança da criança e do futuro adulto.

 

Consequências visuais e funcionais

  • Diminuição ou ausência de estereopsia: perda da percepção de profundidade dificulta tarefas como esportes, dirigir e até atividades manuais.
  • Baixo rendimento escolar: dificuldades de leitura, concentração e aprendizado.
  • Problemas psicossociais: baixa autoestima, bullying e retraimento social, especialmente em crianças com estrabismo visível.
  • Limitações profissionais: algumas profissões (como piloto, policial, cirurgião) exigem visão binocular plena.

 

Risco aumentado de cegueira total

 

Pessoas com ambliopia em um dos olhos têm maior risco de ficarem cegas caso sofram lesão ou doença no olho saudável. Estudos mostram que indivíduos com ambliopia têm um risco até três vezes maior de cegueira ao longo da vida .

  1. Conclusão

 

A ambliopia é um desafio silencioso que, se não diagnosticado a tempo, pode causar danos visuais irreversíveis. Por outro lado, quando identificada precocemente, tem altas taxas de sucesso terapêutico.

 

Muitos pais só percebem o problema quando a criança já está em idade escolar ou apresenta dificuldades de aprendizado. Por isso, é essencial realizar triagens visuais a partir dos 3 anos de idade, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e da Academia Americana de Pediatria.

 

A tecnologia trouxe novas possibilidades terapêuticas, mas ainda é o olho atento dos pais e o acompanhamento com oftalmologista que fazem a maior diferença.

 

Se você é pai, mãe ou responsável, agende uma avaliação oftalmológica para seu filho. O cuidado com a visão na infância é um investimento para a vida inteira.

 

Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.

Saiba mais em aronguimaraes.com.br

 

Perguntas sobre o tema:

 

  1. Tenho um filho de 4 anos que nunca reclamou de dificuldade para enxergar. Mesmo assim, ele pode ter ambliopia sem que a gente perceba?

Sim, é muito comum que crianças com ambliopia não relatem sintomas, principalmente porque o cérebro se adapta à visão monocular. Mesmo sem queixas, a ambliopia pode estar presente e progredir silenciosamente. Por isso, o exame oftalmológico preventivo aos 3 ou 4 anos é essencial para detectar problemas que os pais e até professores não percebem.

 

  1. Minha filha de 6 anos foi diagnosticada com ambliopia estrábica. Isso significa que ela vai precisar operar os olhos ou só o tratamento com tampão já resolve?

Nem todos os casos de ambliopia associada ao estrabismo precisam de cirurgia. Em muitos casos, o uso de óculos, tampão ocular e, às vezes, colírio de atropina conseguem controlar a ambliopia. A indicação cirúrgica depende do grau e do tipo de estrabismo, mas o mais importante é tratar a ambliopia o quanto antes.

 

  1. Meu filho de 3 anos usa óculos há dois meses por causa de grau alto. O oftalmologista falou que ele tem ambliopia. Só os óculos são suficientes para tratar?

Para muitas crianças, especialmente as que começam o tratamento cedo, o uso dos óculos pode sim melhorar bastante a visão no olho amblíope. Estudos mostram que até um terço dos casos têm resolução apenas com a correção óptica, especialmente se o uso for contínuo por pelo menos 18 semanas. Mas é necessário acompanhar para avaliar se será preciso usar tampão ou outra estratégia.

 

  1. Tenho estrabismo desde pequena e agora minha filha de 5 anos também foi diagnosticada com isso. Existe chance de ela desenvolver ambliopia como eu?

Sim, o estrabismo é uma das principais causas de ambliopia, especialmente se não for corrigido na infância. Crianças com histórico familiar de estrabismo ou ambliopia devem ser avaliadas precocemente. O diagnóstico e tratamento antes dos 7 anos aumentam significativamente as chances de recuperação completa da visão.

 

  1. Meu filho usa tampão 4 horas por dia há um mês, mas não quer mais usar. Isso pode comprometer o tratamento da ambliopia?

Infelizmente, sim. A eficácia do tratamento com tampão depende diretamente da adesão. Crianças que não usam o tampão pelo tempo indicado pelo médico podem ter uma recuperação parcial ou até nenhuma melhora. Existem estratégias lúdicas e reforço positivo para ajudar os pais nesse desafio. Vale a pena conversar com o oftalmologista sobre alternativas como colírio de atropina.

 

  1. Eu só descobri que tenho ambliopia aos 22 anos, depois de um teste para carteira de motorista. Ainda posso tratar ou já é tarde demais?

Embora a resposta visual em adultos seja menor do que nas crianças, estudos recentes mostram que é possível obter ganhos visuais mesmo após os 18 anos com terapias específicas, como exercícios visuais personalizados e tratamentos binoculares. A chave está na persistência e na orientação de um oftalmologista especializado.

 

  1. Meu filho de 7 anos fez cirurgia de catarata congênita e agora está com ambliopia. Ele ainda tem chances de recuperar a visão?

Sim. A ambliopia por privação, como no caso de catarata, deve ser tratada com rigor. Se ele está dentro da chamada “janela de plasticidade cerebral” — até 8 ou 9 anos —, as chances de melhora são boas, especialmente se houver estímulo visual constante e acompanhamento frequente. Quanto mais precoce for a cirurgia e o início do tratamento, melhores os resultados.

 

  1. Meu bebê nasceu prematuro e está com 9 meses. Ele corre maior risco de ter ambliopia?

Sim, bebês prematuros têm maior risco de alterações visuais, incluindo ambliopia, especialmente se houve complicações como retinopatia da prematuridade. Nesses casos, o acompanhamento oftalmológico deve começar nos primeiros meses de vida. Mesmo sem sinais evidentes, é fundamental examinar a visão e prevenir problemas futuros.

 

  1. A professora do meu filho de 6 anos percebeu que ele troca letras e se distrai na leitura. Isso pode ter relação com ambliopia?

Sim, crianças com ambliopia podem ter dificuldades escolares, principalmente na leitura e escrita. Isso ocorre porque a visão limitada em um dos olhos compromete a percepção de profundidade, foco e coordenação visual. Um exame oftalmológico completo pode identificar se a causa está na visão ou se há outros fatores envolvidos.

 

  1. Meu sobrinho tem ambliopia e está usando tampão há 3 meses. Como saber se o tratamento está funcionando?

O progresso é avaliado com exames de acuidade visual periódicos. O médico compara a visão do olho amblíope ao longo das consultas. Melhoras visíveis costumam ocorrer nas primeiras semanas, mas o tratamento completo pode durar meses. Mesmo pequenas evoluções indicam que o cérebro está começando a usar aquele olho novamente.

 

  1. Meu filho de 10 anos foi diagnosticado com ambliopia leve agora. Ele ainda está na idade de tratar com sucesso?

Sim. Embora a resposta visual diminua com a idade, ainda há boa plasticidade cerebral até os 12 anos. A chave está em identificar o tipo de ambliopia, corrigir a causa e aplicar o tratamento de forma disciplinada. Em casos leves, a recuperação pode ser bastante satisfatória, especialmente se a criança colaborar.

 

  1. Tenho miopia alta e descobri que minha filha de 5 anos também tem. Isso pode levar à ambliopia se não usar óculos corretamente?

Sim, crianças com graus elevados, especialmente se houver diferença entre os olhos, podem desenvolver ambliopia se o problema não for corrigido a tempo. A indicação do uso de óculos deve ser seguida rigorosamente, pois isso previne que o cérebro “abandone” o olho com maior dificuldade.

 

  1. A oftalmologista sugeriu usar um jogo de tablet como parte do tratamento da ambliopia. Isso realmente funciona?

Tratamentos binoculares com jogos interativos têm mostrado bons resultados em crianças com ambliopia leve a moderada, especialmente como complemento ao tampão ou atropina. Eles ajudam na adesão ao tratamento e estimulam os dois olhos a trabalharem juntos. Mas, por enquanto, não substituem os métodos tradicionais.

 

  1. Meu filho se recusa a usar o tampão na escola porque os colegas tiram sarro. O que posso fazer para ajudar?

Essa é uma situação comum. Conversar com os professores, criar atividades lúdicas, usar tampões coloridos e explicar aos colegas podem ajudar na aceitação. Também é possível ajustar o horário de uso para momentos fora da escola, desde que combinado com o oftalmologista.

 

  1. Tenho ambliopia desde a infância, nunca tratei e agora meu filho tem 2 anos. O que devo fazer para prevenir isso nele?

O ideal é levar seu filho ao oftalmologista antes dos 3 anos, mesmo sem sintomas. Como há histórico familiar, ele tem mais chance de desenvolver ambliopia. A detecção precoce permite um tratamento mais simples e com grandes chances de sucesso.

 

  1. Meu filho de 8 anos está com ambliopia moderada e o oftalmologista falou em 6 horas de tampão por dia. Isso não é muito?

Estudos mostram que em casos moderados, 2 a 6 horas por dia são eficazes, sendo que mais tempo nem sempre oferece mais benefício. A recomendação do tempo depende da gravidade e da resposta ao tratamento anterior. O importante é seguir rigorosamente as orientações.

 

  1. A ambliopia pode causar problemas de equilíbrio e coordenação motora?

Sim, crianças com ambliopia podem apresentar dificuldades em atividades que exigem percepção espacial, como andar de bicicleta, pegar bolas ou desenhar. A falta de visão binocular prejudica o equilíbrio e os movimentos finos, afetando a autonomia e autoestima da criança.

 

  1. Meu filho de 5 anos está com ambliopia e estrabismo. É melhor tratar primeiro o estrabismo ou a ambliopia?

Na maioria dos casos, o tratamento da ambliopia vem primeiro, com óculos, tampão ou colírio, antes de considerar cirurgia para o estrabismo. O objetivo é fortalecer o olho preguiçoso e melhorar a visão antes de alinhar os olhos, o que pode facilitar a recuperação da estereopsia.

 

  1. Meu filho terminou o tratamento da ambliopia há 6 meses. Ele pode parar de usar os óculos ou corre risco da ambliopia voltar?

Mesmo após o término do tratamento ativo, a criança deve continuar sendo acompanhada por pelo menos um ano. Há risco de recidiva, principalmente se abandonar o uso dos óculos ou não fizer os exames de rotina. Manter o acompanhamento garante que o resultado seja duradouro.

 

  1. Tenho dois filhos e um deles tem ambliopia. O outro precisa ser avaliado também, mesmo sem queixas?

Sim. Irmãos de crianças com ambliopia têm risco aumentado, especialmente se houver causas genéticas envolvidas como estrabismo ou anisometropia. Mesmo sem queixas, exames oftalmológicos preventivos são recomendados em todos os irmãos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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