A cirurgia refrativa pode causar visão dupla? Quem tem estrabismo pode operar?
Você já ouviu falar que fazer a cirurgia de grau (cirurgia refrativa) pode causar visão dupla ou estrabismo? Ou que quem tem estrabismo não pode fazer cirurgia refrativa? Essas são dúvidas comuns de muitos pacientes que desejam se livrar dos óculos, mas convivem com algum grau de desalinhamento ocular ou histórico de diplopia.
A cirurgia refrativa, também conhecida como cirurgia de grau, é cada vez mais procurada por quem busca qualidade de vida e liberdade visual. Mas para quem já tem um quadro de estrabismo, mesmo leve, ou já percebeu episódios de visão dupla, a decisão pode gerar insegurança. Afinal, será que operar pode piorar o alinhamento dos olhos ou desencadear diplopia?
Neste artigo, esclarecemos com base em estudos científicos e experiências clínicas se quem tem estrabismo pode ou não realizar a cirurgia refrativa com segurança. Mostramos em quais casos o procedimento pode até ajudar a melhorar o alinhamento ocular — especialmente em tipos como a esotropia acomodativa — e quais são os perfis que exigem atenção redobrada no pré-operatório.
Você vai entender quais fatores aumentam o risco de desenvolver diplopia após a cirurgia, como a presença de anisometropia, tentativas de monovisão para corrigir presbiopia e até mesmo alterações técnicas durante o procedimento. Também abordamos as formas de prevenir complicações e o que deve ser avaliado antes de indicar a cirurgia para quem tem histórico de estrabismo ou usa prismas nos óculos.
Este texto é ideal para pacientes que estão considerando a cirurgia de grau, mas têm receio de complicações relacionadas à visão dupla. E também é uma excelente fonte de atualização para profissionais da saúde ocular que desejam entender melhor os cuidados e indicações nesses casos.
No final você vai encontrar 25 perguntas de pacientes sobre o tema.
Descubra como a cirurgia refrativa pode ser uma aliada — e quando ela exige cautela — para quem convive com estrabismo ou diplopia. Leia agora e tome uma decisão consciente e segura sobre sua visão!
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O que é estrabismo e diplopia?
O estrabismo é uma alteração na coordenação motora ocular que resulta em desalinhamento dos olhos. Em condições normais, ambos os olhos devem apontar para o mesmo objeto, garantindo que as imagens formadas nas duas retinas sejam similares e possam ser processadas como uma única imagem pelo cérebro. No estrabismo, esse paralelismo é perdido, o que pode comprometer a percepção visual, a profundidade de campo e a estética facial.
Esse desalinhamento pode ser constante ou intermitente, e pode acometer um ou ambos os olhos, alternando ou não. As causas são variadas e vão desde fatores genéticos, alterações neurológicas, problemas refrativos, até traumas e paralisias musculares. O estrabismo também pode estar associado à ambliopia (olho preguiçoso), especialmente quando não tratado precocemente na infância.
A diplopia, por sua vez, é a percepção de duas imagens de um único objeto. Pode ser horizontal, vertical ou oblíqua, dependendo da direção do desalinhamento. A diplopia binocular é geralmente causada por falhas na coordenação entre os músculos oculares, enquanto a monocular, mais rara, costuma estar relacionada a alterações na estrutura do olho, como opacidades corneanas ou problemas de retina.
Na infância, o cérebro tende a suprimir a imagem do olho desviado para evitar a diplopia, o que pode levar à ambliopia. Em adultos, a diplopia geralmente é sintoma de estrabismo adquirido, já que o sistema visual maduro não consegue ignorar a imagem desalinhada.
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O que é a cirurgia refrativa e quem pode fazer?
A cirurgia refrativa é um conjunto de técnicas cirúrgicas realizadas com o objetivo de corrigir erros de refração, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Essas condições fazem com que os raios de luz não sejam focados adequadamente na retina, provocando visão borrada. O procedimento modifica a curvatura da córnea, permitindo que a luz incida corretamente sobre a retina, eliminando ou reduzindo a necessidade do uso de óculos ou lentes de contato.
Os principais métodos incluem:
- LASIK (Laser-Assisted in Situ Keratomileusis): técnica na qual um flap é criado na córnea e o tecido subjacente é remodelado com laser.
- PRK (Photorefractive Keratectomy): o epitélio da córnea é removido e a superfície é remodelada com laser.
- SMILE (Small Incision Lenticule Extraction): técnica mais recente e minimamente invasiva que extrai um lentículo corneano sem necessidade de flap.
Critérios gerais para a cirurgia incluem:
- Idade superior a 18 anos;
- Grau refrativo estável por pelo menos um ano;
- Córnea com espessura adequada e curvatura regular;
- Ausência de doenças oculares ativas, como ceratocone, catarata ou glaucoma descompensado;
- Saúde geral em boas condições.
Leia também: Quem pode ou não operar? Descubra o grau mínimo e máximo para a cirurgia refrativa
Pacientes com estrabismo não estão automaticamente excluídos, mas requerem avaliação mais detalhada, pois a cirurgia pode alterar o equilíbrio visual, revelando ou agravando desequilíbrios preexistentes.
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Quem tem estrabismo pode fazer a cirurgia refrativa para se livrar dos óculos?
Pacientes com estrabismo podem, sim, ser candidatos à cirurgia refrativa, desde que cumpram os critérios clínicos e que o estrabismo esteja bem compensado ou tratado previamente. Em alguns casos, a cirurgia refrativa pode até melhorar o alinhamento ocular, especialmente nos casos de esotropia acomodativa.
A esotropia acomodativa ocorre em pacientes com hipermetropia que, ao forçarem a acomodação para enxergar de perto, induzem convergência ocular excessiva, resultando no estrabismo. Ao corrigir a hipermetropia com cirurgia refrativa, elimina-se a necessidade de acomodação intensa e, por consequência, pode-se reduzir ou eliminar a esotropia.
Estudos como o de Kirwan et al. mostram que pacientes com esotropia totalmente ou parcialmente acomodativa podem se beneficiar da cirurgia refrativa com melhora ou estabilização do alinhamento ocular. O estudo acompanhou pacientes por 12 meses após o procedimento e não observou piora de alinhamento ou diplopia, mesmo nos casos com antecedentes de cirurgia de estrabismo.
No entanto, nem todos os casos de estrabismo são iguais. Microestrabismos ou forias descompensadas podem se manifestar clinicamente após a retirada dos óculos, especialmente se os óculos tinham prismas compensatórios. A cirurgia elimina a correção prismática, e, sem fusão adequada, o paciente pode passar a apresentar sintomas, como visão dupla ou desconforto ocular.
É por isso que a avaliação ortóptica pré-operatória é fundamental. Deve-se investigar:
- Fusional amplitudes (a capacidade de compensar desvios pequenos);
- Presença de supressão visual ou ambliopia;
- Resposta à simulação de correções refrativas com lentes de teste;
- Histórico de uso de prismas ou queixas de visão dupla com uso de óculos ou lentes.
Nesses casos, uma abordagem personalizada, com testes clínicos específicos, pode prever melhor o comportamento pós-operatório e evitar surpresas desagradáveis.
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A cirurgia refrativa pode causar ou piorar um estrabismo ou causar visão dupla (diplopia)?
Embora a incidência geral de complicações relacionadas a diplopia e estrabismo após cirurgia refrativa seja baixa, os riscos existem e devem ser levados em conta. Estudos amplos, como o conduzido pelo sistema de saúde militar dos EUA, avaliaram mais de 100 mil pacientes e encontraram incidência de 0,004% de estrabismo e 0,002% de diplopia após PRK ou LASIK.
Apesar da baixa frequência, alguns grupos apresentam risco aumentado para descompensação da fusão binocular após cirurgia:
- Pacientes com anisometropia: quando há grande diferença de grau entre os olhos, o uso de óculos provoca imagens de tamanhos diferentes (aniseiconia). A cirurgia pode eliminar a aniseiconia óptica, mas também pode modificar os mecanismos compensatórios desenvolvidos com o tempo, resultando em diplopia ou estrabismo descompensado.
- Monovisão induzida: em tentativas de corrigir presbiopia, alguns pacientes são propositalmente deixados com um olho focado para perto e outro para longe. Embora eficaz para leitura, essa estratégia pode interferir na fusão binocular em pacientes com controle visual limitado, gerando o chamado fixation switch diplopia.
- Erro cirúrgico ou complicações técnicas: ablações descentralizadas, zonas ópticas pequenas ou cicatrizes corneanas podem gerar diplopia monocular, que não desaparece ao ocluir um dos olhos.
- Pacientes com supressão ou uso prévio de prismas: nesses casos, a retirada dos óculos com prismas pode descompensar o controle visual desenvolvido ao longo dos anos.
Um estudo retrospectivo com 19 pacientes que desenvolveram diplopia ou descompensação de estrabismo após cirurgia mostrou que todos tinham alguma patologia binocular pré-existente. Os fatores mais associados à piora foram hipercorreção, idade próxima da presbiopia, anisometropia e instabilidade sensorial.
É importante destacar que, em muitos casos, a descompensação ocorre semanas ou meses após a cirurgia, o que reforça a importância de um seguimento contínuo com o oftalmologista e, quando necessário, com o ortoptista.
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Como prevenir a diplopia ou descompensação de estrabismo após a cirurgia refrativa?
A prevenção começa com uma avaliação minuciosa. O protocolo deve incluir:
- Testes de motilidade ocular e alinhamento (cover test, prism cover test);
- Medição da estereopsia e fusão sensorial (testes de Worth, Titmus, etc.);
- Avaliação com e sem correção óptica;
- Revisão do histórico oftalmológico e uso prévio de prismas;
- Simulação de monovisão, quando esta for proposta.
Pacientes com diagnóstico de estrabismo compensado, mesmo que assintomáticos, devem ser orientados sobre os riscos potenciais. Em alguns casos, a indicação de monovisão pode ser contraindicada, optando-se por outras abordagens para presbiopia, como o uso de óculos multifocais pós-cirurgia ou implantes intraoculares específicos.
Nos casos de diplopia pós-operatória, o tratamento pode incluir:
- Uso temporário de prismas;
- Treinamento ortóptico;
- Correção refrativa residual com óculos ou lentes de contato;
- Em casos selecionados, cirurgia de estrabismo.
A abordagem deve ser individualizada, com foco no alívio dos sintomas e recuperação funcional da visão binocular.
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Conclusão
A relação entre estrabismo, diplopia e cirurgia refrativa é complexa e requer avaliação detalhada. A boa notícia é que, com planejamento adequado, muitos pacientes com estrabismo podem se beneficiar da cirurgia, não apenas se livrando dos óculos, mas também melhorando o alinhamento ocular.
É fundamental que o paciente receba orientação clara sobre os riscos e benefícios, além de acompanhamento especializado. A parceria entre oftalmologista, cirurgião refrativo e ortoptista é essencial para garantir um resultado seguro, funcional e satisfatório.
A individualização do tratamento é a chave. Quando feita com critério e responsabilidade, a cirurgia refrativa pode ser uma excelente aliada na qualidade de vida de pacientes com estrabismo.
Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.
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Perguntas sobre o tema:
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Tenho 34 anos, uso óculos desde os 10 por causa da miopia, e tenho um leve estrabismo que nunca incomodou. Posso fazer cirurgia de grau com segurança?
Sim, se o seu estrabismo é estável e você não apresenta diplopia, a cirurgia refrativa pode ser realizada, desde que você passe por uma avaliação ortóptica detalhada antes.
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Meu filho tem 22 anos, tem hipermetropia alta e esotropia acomodativa controlada com óculos. A cirurgia refrativa pode ajudar a corrigir esse tipo de estrabismo?
Sim, em casos de esotropia totalmente ou parcialmente acomodativa, a correção cirúrgica da hipermetropia pode reduzir ou eliminar o desvio, com excelentes resultados visuais e estéticos.
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Tenho 46 anos, uso óculos multifocais e já tive episódios de visão dupla quando tentei lentes de contato. Isso significa que não posso fazer cirurgia refrativa?
Não necessariamente. A presença anterior de diplopia exige investigação cuidadosa, especialmente se você for candidato a monovisão. Uma avaliação completa com ortoptista é essencial.
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Fiz cirurgia de estrabismo aos 12 anos e hoje tenho visão normal com óculos. Posso me submeter à cirurgia de grau sem risco de a visão dupla voltar?
Sim, mas com cautela. Pacientes com histórico de cirurgia de estrabismo devem ser avaliados quanto à fusão binocular atual. Se estável, a cirurgia refrativa pode ser segura.
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Uso prismas nos óculos há anos por conta de uma exotropia. A cirurgia refrativa eliminaria a necessidade de óculos e dos prismas ao mesmo tempo?
Depende. A cirurgia pode corrigir o grau, mas não elimina o desalinhamento muscular. Em alguns casos, pode até descompensar o estrabismo se não houver fusão adequada.
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Tenho 29 anos e uma diferença grande de grau entre os olhos (anisometropia). O oftalmologista sugeriu cirurgia refrativa. Isso pode causar diplopia depois?
Pacientes com anisometropia têm risco aumentado de diplopia após cirurgia. O ideal é simular a correção com lentes de contato antes da cirurgia para testar sua fusão.
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Sou motorista profissional e tenho estrabismo leve, controlado, e 5 graus de miopia. A cirurgia de grau pode interferir na minha capacidade de dirigir à noite?
Se bem indicada, não. Mas o exame pré-operatório deve avaliar sua visão binocular e sensibilidade ao contraste. A cirurgia pode melhorar sua acuidade e autonomia.
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Tenho 35 anos, astigmatismo alto e um microestrabismo que nunca me incomodou. Isso pode se tornar um problema após uma cirurgia refrativa?
Sim, microestrabismos podem se descompensar após a retirada da correção óptica. Por isso, é essencial avaliar sua estabilidade com testes de fusão antes da cirurgia.
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Após os 40 anos desenvolvi presbiopia e me sugeriram monovisão com cirurgia a laser. Isso pode causar visão dupla se eu tiver tendência ao estrabismo?
Sim, a monovisão pode interferir no controle da fusão binocular. Pacientes com antecedentes de estrabismo ou forias devem evitar essa técnica ou fazer testes prévios.
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Meu oftalmologista disse que meu estrabismo é só estético, mas eu percebo fadiga ocular constante. A cirurgia refrativa poderia piorar essa sensação?
Pode, se a fadiga for decorrente de esforço para fusão. A cirurgia retira a lente corretiva, o que pode descompensar a visão binocular. Avaliação ortóptica é indicada.
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Tenho 38 anos, miopia de -7 graus e histórico familiar de estrabismo. Ainda não apresento sintomas, mas posso ter problemas após uma cirurgia de grau?
Há risco. Miopia alta e predisposição familiar aumentam a chance de descompensação. Exames ortópticos e neurossensoriais devem ser feitos antes da cirurgia.
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Já tive episódios de diplopia ao mudar de óculos. Isso significa que a cirurgia refrativa pode causar o mesmo efeito de forma permanente?
Possivelmente. Mudanças abruptas no estímulo visual, como ocorre após a cirurgia, podem provocar diplopia em pacientes sensíveis. Uma simulação com lentes pode prever isso.
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Tenho esotropia de pequena magnitude, bem controlada com óculos. Se fizer cirurgia refrativa, posso ter que operar o estrabismo novamente depois?
É possível. A cirurgia refrativa pode descompensar o desvio. Caso ocorra, o estrabismo pode precisar ser reavaliado e, em alguns casos, corrigido cirurgicamente.
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Minha filha tem 19 anos, miopia alta e usa óculos desde os 4. Ela tem uma leve exoforia. A cirurgia de grau pode ajudar ou piorar essa condição?
Pode ajudar se houver boa fusão. Mas é necessário investigar se ela possui reservas fusionais suficientes. Um teste ortóptico deve ser feito antes de qualquer decisão.
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Tenho estrabismo leve e uso lentes de contato com boa adaptação. Mesmo assim, quero fazer cirurgia refrativa. Isso representa risco para minha visão?
Depende. A cirurgia pode alterar o equilíbrio que seus olhos têm hoje com as lentes. Uma avaliação ortóptica pode prever se sua fusão vai se manter após o procedimento.
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Tenho diplopia em algumas posições do olhar e estou cansado dos óculos. Posso fazer a cirurgia de grau mesmo com esse sintoma?
Não é recomendado. A diplopia deve ser estabilizada ou tratada antes da cirurgia refrativa, pois o procedimento pode intensificar os sintomas caso não haja controle motor.
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Uso óculos bifocais e tenho hipermetropia com leve estrabismo. A cirurgia refrativa pode substituir os óculos completamente no meu caso?
Talvez. A correção da hipermetropia pode ajudar no estrabismo, mas a presbiopia pode continuar exigindo óculos para perto. Avaliação detalhada indicará o melhor plano.
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Tenho 25 anos, nunca tive problemas de visão dupla, mas meu irmão teve diplopia após uma cirurgia de grau. Isso pode acontecer comigo também?
Sim, se houver predisposição genética ou controle binocular frágil. Um exame ortóptico pode avaliar se você tem bom potencial para manter a visão única após a cirurgia.
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Sou publicitário, trabalho muito no computador e tenho um leve estrabismo que se acentua ao final do dia. A cirurgia refrativa pode agravar esse sintoma?
Pode. A retirada dos óculos pode diminuir a compensação motora. É importante verificar se você possui fusão suficiente para manter a estabilidade após a cirurgia.
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Minha visão é boa com óculos, mas estou cansado de usá-los. Tenho exotropia intermitente. A cirurgia refrativa pode resolver minha situação?
A cirurgia pode ajudar, mas não trata o estrabismo diretamente. Você deve ser avaliado para saber se sua exotropia é compensada ou se haverá necessidade de cirurgia motora.
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Tenho anisometropia de 4 graus e percebo que a imagem de um olho é menor que a do outro. Isso melhora com cirurgia refrativa?
Sim, a cirurgia elimina a diferença de ampliação causada pelos óculos, reduzindo a aniseiconia. No entanto, há risco de diplopia se você não tiver boa fusão binocular.
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Meus óculos têm prismas há anos e meu oftalmologista sugeriu cirurgia a laser. Isso pode dar certo ou é arriscado demais no meu caso?
É possível, mas com cautela. A cirurgia elimina o efeito prismático dos óculos, o que pode descompensar sua visão. Testes simulando essa condição devem ser feitos.
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Tenho miopia leve, mas minha principal queixa é estética por causa do estrabismo. A cirurgia refrativa pode ajudar no aspecto visual dos meus olhos?
Pode, indiretamente. Se o estrabismo estiver associado à refração, sua correção pode melhorar o alinhamento. Mas, em alguns casos, ainda será necessária cirurgia muscular.
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Tive diplopia após trauma ocular, mas hoje está controlada. Quero me livrar dos óculos. A cirurgia de grau pode reativar a visão dupla?
Sim, traumas podem deixar fusão instável. A cirurgia pode reativar a diplopia. Testes específicos devem ser feitos para avaliar sua estabilidade visual antes da cirurgia.
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Tenho 40 anos e estou cansado dos óculos. Nunca tive estrabismo diagnosticado, mas percebo leve desalinhamento ao olhar para longe. Posso operar com segurança?
É possível, mas esse desalinhamento deve ser investigado. Pode ser uma foria latente que se manifeste após a cirurgia. Avaliação ortóptica é indispensável antes do procedimento.
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