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Cirurgia de catarata duas vezes no mesmo olho? É normal?

paciente esperando catarata

Cirurgia de catarata duas vezes no mesmo olho? É normal? Descubra tudo sobre isso!

 

A cirurgia de catarata é segura e eficaz, substituindo o cristalino opaco por uma lente intraocular que restaura a visão. Embora a catarata nunca mais volte após a remoção, podem surgir complicações como opacificação da cápsula posterior, tratadas com o YAG laser. Em casos específicos, como deslocamento da lente ou erro refrativo, pode ser necessária uma nova intervenção no mesmo olho. O acompanhamento oftalmológico contínuo garante resultados visuais duradouros e de qualidade.

 

  1. O que é a catarata e como funciona a cirurgia?

A catarata é uma das causas mais comuns de perda visual tratável em todo o mundo. Ela ocorre quando o cristalino, que normalmente é transparente, torna-se opaco, dificultando a passagem da luz para a retina e prejudicando a formação da imagem. Essa condição é particularmente prevalente com o avançar da idade, mas também pode ser causada por traumatismos oculares, doenças metabólicas como o diabetes, uso prolongado de corticoides e exposição excessiva à radiação ultravioleta.

 

Os sintomas iniciais da catarata incluem visão embaçada, dificuldade para enxergar à noite, sensibilidade aumentada à luz, halos ao redor das luzes e alteração frequente no grau dos óculos. À medida que a catarata progride, a visão piora, afetando significativamente a qualidade de vida do paciente.

 

A cirurgia de catarata é um procedimento padronizado, seguro e altamente eficaz. A técnica mais comum é a facoemulsificação, que utiliza ondas de ultrassom para fragmentar e aspirar o cristalino opaco, permitindo a inserção de uma lente intraocular (LIO) que substitui a lente natural. É um procedimento ambulatorial, geralmente realizado sob anestesia local com colírios, e tem uma duração média de 15 a 30 minutos. A recuperação visual costuma ser rápida, e a maioria dos pacientes apresenta melhora significativa da visão em poucos dias.

Uso de colírio de iodo 5% para prevenção de infecção na cirurgia de catarata.
Figura 1: Preparo para cirurgia de catarata
  1. Existem casos em que a cirurgia precisa ser refeita?

Embora a cirurgia de catarata tenha uma taxa de sucesso muito alta, em torno de 98% dos casos, existem situações que podem demandar uma nova intervenção no mesmo olho. Não se trata de uma “reoperação da catarata” no sentido estrito, mas sim de procedimentos complementares ou corretivos decorrentes de complicações ou condições não previstas no pós-operatório.

 

Entre os motivos mais frequentes para uma segunda intervenção estão:

  • Deslocamento ou instabilidade da lente intraocular (LIO): isso pode ocorrer quando há ruptura da cápsula posterior durante a cirurgia, quando o suporte capsular é insuficiente ou em olhos com condições anatômicas desfavoráveis. A troca ou reposicionamento da lente pode ser necessária para restabelecer a visão adequada.
  • Erro refrativo residual significativo: em alguns casos, mesmo com cálculos precisos, a lente implantada pode não proporcionar a visão ideal. Quando o erro é relevante e impacta a qualidade visual, o implante de uma nova lente pode ser indicado.
  • Complicações pós-operatórias, como endoftalmite ou edema macular: embora raras, essas condições podem exigir tratamentos adicionais, incluindo novas abordagens cirúrgicas.

 

As reoperações são mais complexas e devem ser cuidadosamente avaliadas por um oftalmologista experiente. Entre as técnicas utilizadas estão a fixação escleral de lentes, implante de lentes de câmara anterior, e o uso de cola biológica para estabilização das lentes em casos de estrutura insuficiente.

 

  1. A catarata volta depois de um tempo?

A catarata, uma vez operada, não “volta”, pois o cristalino opacificado é removido permanentemente durante a cirurgia. No entanto, um fenômeno comum que pode dar a impressão de recidiva da catarata é a opacificação da cápsula posterior, também conhecida como “catarata secundária”.

 

Essa condição ocorre quando células remanescentes do cristalino proliferam sobre a cápsula posterior, levando à formação de uma membrana opaca que interfere novamente na passagem da luz. Estima-se que entre 20% e 40% dos pacientes desenvolvam essa complicação meses ou anos após a cirurgia.

 

Os sintomas são semelhantes aos da catarata original: visão embaçada, dificuldade para ler, sensibilidade à luz e halos ao redor das luzes. Felizmente, o tratamento é simples e eficaz, realizado com o uso do YAG laser, como veremos a seguir.

 

  1. O que é a Capsulotomia YAG laser e como funciona?

A capsulotomia com YAG laser é um procedimento oftalmológico utilizado para tratar a opacificação da cápsula posterior após a cirurgia de catarata. Trata-se de um procedimento ambulatorial, rápido, indolor e com recuperação imediata.

 

Durante a capsulotomia, o oftalmologista utiliza um laser de átrio-alumínio-granada (YAG) para criar uma pequena abertura central na cápsula posterior opacificada. Essa abertura permite que a luz volte a passar diretamente para a retina, restaurando a acuidade visual.

 

O procedimento é realizado no consultório, com o uso de colírios anestésicos e lente de contato especial. Dura apenas alguns minutos e não requer incisão, sutura ou internação. Os riscos são baixos, mas podem incluir aumento transitório da pressão intraocular, descolamento do corpo vítreo ou, raramente, descolamento de retina.

 

A maioria dos pacientes experimenta melhora significativa da visão imediatamente após o procedimento, e o resultado costuma ser definitivo.

lentes intraoculares - infografico
Figura 2: YAG laser
  1. Considerações sobre tipos de lente e técnicas cirúrgicas

O avanço das técnicas cirúrgicas e das lentes intraoculares permitiu que a cirurgia de catarata fosse não apenas um procedimento de restauração visual, mas também de correção refrativa. Existem diversos tipos de lentes que podem ser utilizadas:

 

  • Monofocais: oferecem foco para uma única distância, geralmente para longe.
  • Multifocais: permitem foco para diversas distâncias, reduzindo a dependência de óculos.
  • Tóricas: corrigem astigmatismo.
  • EDOF (Extended Depth of Focus): oferecem foco estendido, especialmente para distâncias intermediárias.

 

A escolha da lente deve considerar as necessidades visuais, estilo de vida e condições oculares do paciente. Em casos de traumas, alta miopia ou ausência de suporte capsular, pode ser necessária a fixação escleral da lente ou outras abordagens especializadas.

 

  1. Conclusão

A cirurgia de catarata é um dos procedimentos mais seguros e eficazes da medicina moderna. Embora a catarata em si não volte após a remoção do cristalino, complicações como opacificação capsular, deslocamento da lente ou erros refrativos podem exigir novas intervenções.

 

A boa notícia é que essas condições têm soluções eficazes, como a capsulotomia com YAG laser ou a substituição da lente. O acompanhamento com oftalmologista é essencial para garantir uma visão de qualidade ao longo dos anos.

Portanto, sim, é possível operar o mesmo olho mais de uma vez em casos específicos, mas cada caso deve ser avaliado individualmente. Com o avanço da tecnologia e das técnicas cirúrgicas, a oftalmologia oferece recursos seguros para tratar e prevenir complicações, promovendo uma vida com visão mais clara e independente.

 

Leia também: Quanto custa cada tipo de lente para catarata?

 

Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.
Saiba mais em aronguimaraes.com.br

 

Perguntas sobre o tema

 

  1. Se eu já fiz a cirurgia de catarata uma vez, é possível precisar fazer outra cirurgia no mesmo olho?

Sim, é possível em casos específicos, como deslocamento da lente intraocular ou opacificação da cápsula posterior, mas não se trata de uma “nova catarata”.

 

  1. A catarata pode voltar anos depois de eu ter feito a cirurgia de remoção do cristalino opaco?

Não. A catarata não volta porque o cristalino é retirado na cirurgia. No entanto, a cápsula que segura a lente pode opacificar.

 

  1. Quais são os sinais de que algo deu errado com minha cirurgia de catarata e preciso de uma nova intervenção?

Visão embaçada persistente, dor ocular, sensibilidade à luz e baixa acuidade visual são sinais que devem ser avaliados por um oftalmologista.

 

  1. A lente que colocaram no meu olho durante a cirurgia pode se deslocar ou causar problemas com o tempo?

Sim, embora raro, pode ocorrer deslocamento da lente intraocular, principalmente em pacientes com suporte capsular frágil ou traumas oculares.

 

  1. A opacificação da cápsula posterior é perigosa ou pode causar danos permanentes à visão?

Não é perigosa, mas reduz a qualidade visual. O tratamento com YAG laser é seguro e eficaz, restaurando rapidamente a visão.

 

  1. Caso precise fazer uma nova cirurgia no mesmo olho, ela é tão simples quanto a primeira?

Geralmente, não. Reoperações podem ser mais complexas, exigindo técnicas avançadas como fixação escleral da lente ou lentes especiais.

 

  1. O que exatamente é a capsulotomia com YAG laser e por que ela é indicada após a cirurgia de catarata?

É um procedimento com laser que abre a cápsula posterior opaca para melhorar a passagem da luz e restaurar a visão.

 

  1. Existe alguma forma de prevenir que a cápsula posterior fique opaca após a cirurgia de catarata?

Não existe prevenção absoluta, mas o uso de lentes com borda em design quadrado ajuda a reduzir a incidência da opacificação.

 

  1. A cirurgia de catarata com lente multifocal tem mais chances de precisar de correções posteriores?

Não necessariamente, mas pacientes com expectativas elevadas sobre visão sem óculos podem perceber imperfeições e solicitar ajustes refrativos.

 

  1. É verdade que pessoas com miopia ou diabetes têm mais risco de complicações após cirurgia de catarata?

Sim. Miopia alta e diabetes aumentam o risco de complicações como deslocamento da lente e inflamações, exigindo monitoramento mais atento.

 

  1. Se a lente implantada não for do grau correto, é possível trocá-la posteriormente?

Sim, em alguns casos pode-se remover a lente original e implantar outra, embora seja uma cirurgia mais delicada e rara.

 

  1. Em quanto tempo após a cirurgia de catarata podem surgir complicações que exijam nova intervenção?

Complicações podem surgir semanas, meses ou até anos depois. A opacificação capsular geralmente ocorre após alguns meses a anos.

 

  1. A segunda cirurgia no mesmo olho tem mais riscos do que a cirurgia de catarata original?

Sim, geralmente há mais riscos, pois o olho já passou por um procedimento e pode haver alterações anatômicas ou fibroses.

 

  1. Se a lente intraocular estiver com problema, posso sentir dor ou apenas perceber piora da visão?

Geralmente há apenas piora da visão, mas em casos de inflamação, deslocamento ou infecção, pode haver dor ou desconforto.

 

  1. A capsulotomia com laser pode ser feita mais de uma vez se a visão voltar a embaçar?

Normalmente, o procedimento é feito uma única vez. Se os sintomas retornarem, outras causas devem ser investigadas.

 

  1. Quanto tempo após a cirurgia original posso realizar a capsulotomia com YAG laser, se necessário?

Ela pode ser feita a qualquer momento após a cirurgia, desde que a cápsula esteja opaca e esteja interferindo na visão.

 

  1. Qual profissional é o mais indicado para avaliar se preciso de uma nova cirurgia no mesmo olho?

Um oftalmologista especialista em cirurgia de catarata e segmento anterior é o mais capacitado para essa avaliação.

 

  1. Após fazer a capsulotomia, minha visão volta ao normal imediatamente ou demora alguns dias?

A maioria dos pacientes nota melhora imediata, mas a vis\u00e3o pode continuar melhorando gradualmente por alguns dias.

 

  1. Existem sintomas que indicam uma infecção ou inflamação após a cirurgia de catarata que exige reavaliação?

Sim, vermelhidão intensa, dor, sensibilidade à luz e baixa súbita da visão são sinais de alerta e requerem avaliação urgente.

 

  1. Mesmo após todas as correções possíveis, minha visão pode continuar limitada? Por quê?

Sim, se houver doenças na retina, glaucoma avançado ou outras comorbidades oculares, a visão pode não ser completamente recuperável.

 

Referências

 

  1. LIMOLI, Paolo Giuseppe et al. Potential guidelines for cataract surgery and rehabilitation in visually impaired patients: Literature analysis. Aging Medicine, v. 7, p. 802–812, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1002/agm2.12386
  2. CHEN, Kai‑Yang et al. Do people with diabetes have a higher risk of developing postoperative endophthalmitis after cataract surgery? A systematic review and meta-analysis. Journal of Ophthalmic Inflammation and Infection, v. 15, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12348-025-00483-9
  3. LAPP, Thabo et al. Cataract Surgery—Indications, Techniques, and Intraocular Lens Selection. Deutsches Ärzteblatt International, v. 120, p. 377–386, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.3238/arztebl.m2023.0028
  4. FIORENTZIS, Miltiadis et al. Methods of fixation of intraocular lenses according to the anatomical structures in trauma eyes. Clinical Anatomy. Aceito para publicaçăo. Disponível em: https://doi.org/10.1002/ca.22898
  5. SINGH, Bhupesh et al. Visual and refractive outcomes of new intraocular lens implantation after cataract surgery. Scientific Reports, v. 12, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41598-022-14315-6
  6. JACOB, Soosan. Intrascleral IOL Fixation. Asia-Pacific Journal of Ophthalmology, v. 6, n. 4, p. 381–387, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.22608/APO.2017158

 

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