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Doença de Stargardt: O que é e como tratar?

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Doença ou distrofia de Stargardt: O que Pacientes e Familiares Precisam Saber

 

A Doença de Stargardt é uma condição genética hereditária que afeta a mácula, levando à perda progressiva da visão central, especialmente em jovens. Ela é causada por mutações no gene ABCA4, que resultam no acúmulo de substâncias tóxicas na retina. Embora ainda não exista cura, há pesquisas avançadas em terapias genéticas, farmacológicas e com células-tronco. O diagnóstico precoce e a reabilitação visual são fundamentais para manter a qualidade de vida dos pacientes.

 

  1. O que é a Doença de Stargardt?

A Doença de Stargardt, também conhecida como distrofia macular de Stargardt ou STGD1, é uma condição genética hereditária que afeta a mácula, região central da retina responsável pela visão de detalhes. Ela é a forma mais comum de distrofia macular hereditária, com prevalência estimada entre 1 em 8.000 a 10.000 pessoas.

 

A doença é causada por mutações no gene ABCA4, que é responsável pelo transporte de substâncias tóxicas geradas no processo da visão. Quando o gene apresenta defeito, essas substâncias se acumulam nas células do epítelio pigmentar da retina (EPR), formando lipofuscina, o que leva à disfunção e morte dessas células, e consequente perda visual.

 

Existem formas distintas da doença, com início na infância, adolescência ou fase adulta, sendo a forma de início precoce geralmente associada a uma evolução mais agressiva.

 

  1. Quais os sintomas e como é feito o diagnóstico?

 

Os principais sintomas da Doença de Stargardt incluem:

  • Perda progressiva da visão central;
  • Dificuldade para enxergar em ambientes com pouca luz;
  • Alteracões na percepção de cores;
  • Presença de manchas escuras na visão (escotomas centrais).

O diagnóstico pode ser desafiador, especialmente nos estágios iniciais. Em crianças, o fundo de olho pode parecer normal mesmo com perda visual significativa. Por isso, exames complementares são essenciais:

  • Tomografia de coerência óptica (OCT): mostra a estrutura das camadas da retina;
  • Autofluorescência: detecta o acúmulo de lipofuscina;
  • Eletrorretinograma (ERG): avalia a resposta funcional dos fotorreceptores;
  • Teste genético: confirma a mutação no gene ABCA4.

  1. Quais doenças podem ser confundidas com Stargardt e requerem atenção pelo oftalmologista?

 

A Doença de Stargardt pode se apresentar de forma semelhante a outras condições maculares hereditárias e adquiridas. Entre as principais doenças que podem ser confundidas estão:

 

  • Distrofias do padrão (Pattern Dystrophy);
  • Doença de Best;
  • Degeneração macular relacionada à idade (DMRI), especialmente em estágios iniciais;
  • Coroidopatias centrais serosas crônicas;
  • Toxicidade retiniana por medicamentos como hidroxicloroquina;
  • Doenças mitocondriais como MIDD (diabetes e surdez de origem mitocondrial);
  • Doença de Batten (CLN3).

O uso de exames de imagem em conjunto com uma boa anamnese e exame clínico detalhado é essencial para não se equivocar no diagnóstico.

 

  1. Como é o tratamento?

 

Atualmente, não existe uma cura definitiva para a Doença de Stargardt, mas várias abordagens terapêuticas estão em desenvolvimento. As principais linhas de tratamento incluem:

 

a) Terapias farmacológicas:

Moduladores do ciclo visual, como o emixustato (em fase final de estudos) e a vitamina A deuterada (ALK-001 – também em fase de estudo), que visam reduzir o acúmulo de lipofuscina.

b) Terapias gênicas:

Desafiadoras devido ao tamanho do gene ABCA4, mas abordagens com vetores virais duplos e vetores não virais estão sendo testadas.

c) Terapias com células-tronco:

Implante de células do epítelio pigmentar da retina derivadas de células-tronco pluripotentes humanas mostrou segurança em estudos iniciais.

d) Suplementos e orientação alimentar:

Recomenda-se evitar suplementos com vitamina A em excesso.

Proteção contra luz solar intensa com óculos escuros pode retardar a progressão.

e) Reabilitação visual:

Fundamental para melhorar a qualidade de vida, com recursos como lupas, ampliadores eletrônicos e orientação ocupacional.

 

5. Quais as perspectivas futuras?

O futuro do tratamento da Doença de Stargardt é promissor. Diversos estudos clínicos estão em andamento, investigando terapias avançadas como:

 

  • Edição genética com CRISPR;
  • Antissísense oligonucleotídeos para corrigir splicing de mutações específicas;
  • Nanotecnologia para entrega precisa de fármacos;
  • Abordagens de medicina personalizada, com terapias adaptadas ao perfil genético individual.

A expectativa é que, com a evolução dessas tecnologias, seja possível não apenas retardar a progressão, mas eventualmente restaurar parte da visão perdida.

 

  1. Conclusão

A Doença de Stargardt é uma condição desafiadora, tanto para pacientes quanto para seus familiares. O diagnóstico precoce, o acompanhamento com especialistas em retina hereditária e a adesão a programas de reabilitação visual fazem toda a diferença. Ainda que a cura definitiva não esteja disponível, os avanços na ciência oferecem esperança real para o futuro.

 

Dr. Aron Guimarães é médico oftalmologista especialista pela USP/SP e com mestrado e doutorado pela UNICAMP.
Saiba mais em aronguimaraes.com.br

 

Perguntas sobre o tema:

 

1. Meu filho foi diagnosticado com Doença de Stargardt aos 10 anos. Isso significa que ele vai ficar completamente cego no futuro?

A Doença de Stargardt causa perda progressiva da visão central, mas geralmente preserva a visão periférica. A maioria dos pacientes não perde totalmente a visão, embora o grau de comprometimento varie conforme a gravidade e o tipo de mutação genética envolvida.

2. A Doença de Stargardt pode pular gerações ou afetar apenas alguns membros da família mesmo sendo hereditária?

Sim, por ser uma condição autossômica recessiva, é possível que os pais sejam apenas portadores e não apresentem sintomas. Isso pode fazer parecer que a doença “pula gerações”.

3. Existe algum tipo de exame específico que possa confirmar definitivamente o diagnóstico de Doença de Stargardt?

Sim. O exame genético que identifica mutações no gene ABCA4 é o mais definitivo. Ele deve ser complementado por exames de imagem e avaliação funcional da retina.

4. É verdade que a luz solar pode piorar a progressão da Doença de Stargardt?

Exposição excessiva à luz pode acelerar a degeneração da retina. Por isso, o uso de óculos com proteção UV e filtros específicos é recomendado para proteger os olhos.

5. A Doença de Stargardt afeta apenas a visão ou pode causar outros problemas de saúde?

Ela afeta exclusivamente os olhos, não havendo impacto direto sobre outros sistemas do corpo. No entanto, o impacto emocional e social pode ser significativo.

6. Existe alguma medicação ou suplemento que possa retardar a perda visual na Doença de Stargardt?

Estudos sugerem que o uso de vitamina A em altas doses pode ser prejudicial. Alguns compostos como o ALK-001 estão sendo estudados para retardar a progressão, mas ainda não há tratamento aprovado.

7. A visão perdida pela Doença de Stargardt pode ser recuperada com algum tipo de cirurgia?

Infelizmente, não. Atualmente, não há cirurgia que recupere a visão perdida. O foco está em retardar a progressão e oferecer reabilitação visual.

8. Meu filho não tem nenhum sintoma, mas fez o teste genético e tem mutações no ABCA4. Ele vai desenvolver a doença?

Nem todos os portadores desenvolvem a forma ativa da doença. Fatores como o tipo de mutação e modificadores genéticos influenciam se e quando os sintomas aparecem.

9. Como funciona a reabilitação visual e como ela pode ajudar quem tem Doença de Stargardt?

Ela inclui o uso de lupas, ampliadores eletrônicos e treino para o uso da visão periférica. Isso permite manter independência nas atividades diárias.

10. Se ambos os pais forem portadores da mutação ABCA4, qual a chance dos filhos desenvolverem a doença?

A cada gravidez, há 25% de chance do filho herdar as duas cópias alteradas do gene e desenvolver a doença, 50% de ser portador e 25% de não ter a mutação.

11. A Doença de Stargardt pode ser confundida com outras doenças nos exames?

Sim. Algumas doenças maculares hereditárias ou adquiridas têm aspectos semelhantes. O teste genético e a combinação de exames ajudam a evitar erros de diagnóstico.

12. É seguro usar lentes de contato ou realizar cirurgia refrativa em pacientes com Stargardt?

Lentes de contato podem ser usadas para correção residual, mas a cirurgia refrativa não é recomendada, pois não melhora a visão central comprometida pela doença.

13. Existe algum alimento que possa ajudar ou piorar a evolução da Doença de Stargardt?

Não há alimentos curativos, mas uma dieta antioxidante equilibrada e evitar excesso de vitamina A podem ser benéficos. Sempre consulte o oftalmologista antes de usar suplementos.

14. Terapias gênicas estão realmente perto de se tornarem uma opção de tratamento para Stargardt?

Sim, vários estudos clínicos estão em andamento, inclusive com vetores virais duplos e técnicas de edição genética. Os resultados são promissores, mas ainda em fase experimental.

15. A Doença de Stargardt causa dor ou algum desconforto ocular?

Não. Ela é uma doença indolor. Os sintomas estão relacionados apenas à perda visual progressiva, sem afetar a sensibilidade ou causar dor.

16. Pacientes com Stargardt podem dirigir legalmente?

Depende do grau de perda visual. Muitos não atingem os requisitos legais para carteira de motorista, mas cada caso deve ser avaliado com exame de acuidade visual atualizado.

17. O uso de telas (computador, celular) pode prejudicar ainda mais a visão de quem tem Stargardt?

Não há evidências de que o uso moderado de telas piore a doença, mas óculos com filtro de luz azul e pausas frequentes são recomendados.

18. Existe cura para a Doença de Stargardt? Algum paciente já se recuperou completamente?

Ainda não há cura ou casos documentados de recuperação completa. O foco atual é estabilizar a doença e melhorar a qualidade de vida com reabilitação e tecnologias assistivas.

19. A doença pode se manifestar de forma diferente em irmãos da mesma família?

Sim. Mesmo entre irmãos com as mesmas mutações genéticas, a severidade e a idade de início dos sintomas podem variar bastante.

20. O acompanhamento com oftalmologista precisa ser frequente mesmo sem novos sintomas?

Sim. O acompanhamento regular é essencial para monitorar a progressão, adaptar recursos de reabilitação e atualizar as orientações clínicas conforme novas terapias surgirem.

 

Referências

 

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