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Tratamento da Retinopatia Diabética: Laser e Injeções Intraoculares

Retinopatia Diabética

Tratamento da Retinopatia Diabética: Laser e Injeções Intraoculares

 Introdução e História do Tratamento da Retinopatia Diabética

A retinopatia diabética é uma das complicações mais graves do diabetes mellitus, representando uma das principais causas de cegueira em adultos economicamente ativos. Estima-se que cerca de um terço dos pacientes com diabetes desenvolvem algum grau de retinopatia ao longo da vida, com risco progressivo de comprometimento visual severo. Com o aumento global da prevalência do diabetes, essa doença ocular tem se tornado um desafio significativo em termos de saúde pública e qualidade de vida dos pacientes.

A história do tratamento da retinopatia diabética remonta à década de 1970, com o estudo DRS (Diabetic Retinopathy Study), que demonstrou a eficácia da fotocoagulação a laser na redução do risco de perda visual grave em olhos com características de alto risco. Esse estudo revolucionou a abordagem terapêutica da doença ao validar cientificamente o uso da fotocoagulação panretiniana (PRP) como uma forma eficaz de reduzir complicações visuais.

Posteriormente, o estudo ETDRS (Early Treatment Diabetic Retinopathy Study), conduzido nos anos 1980 e 1990, teve papel fundamental na consolidação da fotocoagulação como tratamento padrão tanto para o edema macular diabético quanto para estágios iniciais da retinopatia proliferativa. Nessa época, o principal laser utilizado era o de argônio, com comprimento de onda azul-verde, que se tornou a base terapêutica por várias décadas.

Com o avanço das tecnologias médicas, surgiram novos tipos de lasers mais seguros e precisos, além de terapias farmacológicas inovadoras, como as injeções intraoculares de medicamentos antiangiogênicos e corticosteroides. Essas inovações trouxeram alternativas menos invasivas e mais direcionadas à fisiopatologia da doença, permitindo tratamentos personalizados e com melhores resultados visuais.

Uso de Laser para Tratar a Retinopatia Diabética

A fotocoagulação a laser continua sendo um dos pilares no tratamento da retinopatia diabética, especialmente nas formas proliferativas. O procedimento tem como objetivo destruir regiões da retina isquêmica, reduzindo a estimulação para o crescimento de neovasos anormais e prevenindo complicações como hemorragias vítreas e descolamentos tracionais de retina.

Os principais tipos de laser utilizados atualmente incluem:

  • Laser de argônio: tradicional, com comprimento de onda azul-verde. Embora eficaz, está associado a maior risco de efeitos colaterais como edema macular e escotomas permanentes devido à necrose tecidual extensa.
  • Laser de diodo (subthreshold): promove uma fototermia seletiva sem causar destruição visível do tecido retiniano. É especialmente indicado para casos de edema macular, pois preserva o epitélio pigmentar e minimiza o dano neurossensorial.
  • Laser micropulsado: emite energia em pulsos curtos e fracionados, o que reduz efeitos colaterais térmicos. Pode ser utilizado inclusive em regiões centrais da mácula, oferecendo uma opção segura e eficaz para tratar edema macular perifoveal.
  • PASCAL (Pattern Scan Laser): sistema de alta velocidade que permite aplicação simultânea de múltiplos pontos com precisão milimétrica. Aumenta a segurança, reduz o tempo de procedimento e melhora o conforto do paciente.

Além disso, novas tecnologias como os sistemas de laser navegados e guiados por OCT têm permitido abordagens ainda mais precisas, direcionadas e minimamente invasivas, com redução do risco de efeitos adversos e potencial para melhorar a resposta terapêutica.

Estudos mostram que lasers modernos, como o subthreshold e o micropulsado, estão associados a menor risco de edema macular e cicatrizes atróficas, além de poderem ser repetidos com segurança em tratamentos subsequentes.

 Uso de Injeções Intraoculares na Retinopatia Diabética

As injeções intraoculares transformaram o tratamento do edema macular diabético (DME) e da retinopatia proliferativa em casos selecionados. Os principais medicamentos utilizados são os anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) e os corticosteroides.

Esses fármacos atuam na redução da permeabilidade vascular, estabilização da barreira hematorretiniana e inibição da neovascularização, mecanismos centrais na patogênese da retinopatia diabética.

Uso de Injeções Intraoculares
Imagem Ilustrativa

Medicamentos anti-VEGF mais utilizados:

  • Bevacizumabe (Avastin®): anticorpo monoclonal de baixo custo, amplamente utilizado off-label, com boa eficácia na redução do edema e melhora da acuidade visual.
  • Ranibizumabe (Lucentis®): fragmento de anticorpo humanizado, aprovado especificamente para o tratamento do DME. Apresenta perfil de segurança robusto e eficácia comprovada em diversos estudos multicêntricos.
  • Aflibercepte (Eylea®): proteína de fusão com alta afinidade por VEGF-A, VEGF-B e PlGF. Apresenta benefícios adicionais em pacientes com resposta subótima a outras drogas anti-VEGF, especialmente em casos com edema refratário ou muito espesso.

 Corticosteroides intraoculares:

  • Triancinolona acetonida: corticosteroide de ação prolongada, eficaz na redução do edema, mas com maior risco de aumento da pressão intraocular (PIO) e formação de catarata.
  • Implantes de dexametasona (Ozurdex®): dispositivo biodegradável que libera o medicamento de forma sustentada por até seis meses. Indicado em casos refratários aos anti-VEGF ou em pacientes com contraindicação às injeções frequentes.

Além disso, estudos recentes investigam o uso de implantes de fluocinolona (Iluvien®), que oferecem liberação contínua por até 36 meses, sendo uma alternativa interessante para pacientes com dificuldade de aderência ao tratamento.

A escolha do medicamento depende do quadro clínico, da resposta anterior ao tratamento, da presença de fatores de risco para complicações e do perfil socioeconômico do paciente. Em muitos casos, o uso combinado com laser potencializa os efeitos e reduz a necessidade de aplicações frequentes.

Comparativo entre os Tratamentos: Vantagens, Desvantagens e Indicações

Critério Laser Injeções Intraoculares
Indicação principal Retinopatia proliferativa Edema macular diabético
Invasividade Moderada Alta
Efeitos colaterais Cicatrizes retinianas, edema macular Aumento da PIO, catarata, endoftalmite
Frequência do tratamento Sessões espaçadas Múltiplas injeções mensais
Custo Moderado Variável, geralmente mais elevado
Tempo de ação Duradouro Rápido, porém de curta duração
Monitoramento Menor frequência Monitoramento intensivo

O tratamento ideal depende do estágio da doença, do perfil do paciente, das comorbidades e da resposta clínica. Em muitos casos, a estratégia mais eficaz é a combinação de terapias, como o uso de anti-VEGF com fotocoagulação subthreshold, proporcionando controle anatômico e funcional mais duradouro.

 Leia também: Pacientes com diabetes podem operar catarata?

Outros Tratamentos e Avanços Recentes

Além do laser e das injeções intraoculares, outras opções terapêuticas estão sendo exploradas e utilizadas conforme a gravidade do quadro:

  • Cirurgia vitreorretiniana (vitrectomia pars plana): indicada em casos graves com hemorragia vítrea persistente, descolamento tracional de retina, ou tração vitreomacular com edema refratário. Com o avanço das técnicas e calibres menores, como o 25 e 27 gauge, a cirurgia se tornou mais segura, menos invasiva e com recuperação mais rápida.
  • Controle sistêmico rigoroso do diabetes: inclui a manutenção da glicemia dentro de metas recomendadas, controle da pressão arterial, dislipidemia e cessação do tabagismo. Essas medidas reduzem significativamente o risco de progressão da retinopatia.
  • Terapias emergentes: estão em desenvolvimento terapias gênicas, implantes biodegradáveis de liberação controlada de fármacos, uso de células-tronco e novas moléculas anti-inflamatórias e antifibróticas. A medicina personalizada e o uso de inteligência artificial para diagnóstico precoce e predição de resposta ao tratamento também representam avanços promissores.

 Conclusão

O tratamento da retinopatia diabética evoluiu significativamente nas últimas décadas, tornando-se mais eficaz, menos invasivo e mais personalizado. O laser permanece essencial, especialmente nas formas proliferativas, enquanto as injeções intraoculares se consolidaram como o tratamento de escolha para o edema macular diabético.

o que é Retinopatia Diabética
Imagem Ilustrativa

A integração de múltiplas abordagens, o seguimento rigoroso e a educação do paciente sobre a importância do controle glicêmico são fundamentais para preservar a visão e a qualidade de vida. O oftalmologista moderno precisa estar atualizado com as evidências científicas e dominar as ferramentas tecnológicas para oferecer o melhor tratamento disponível.

Para os pacientes diabéticos, a mensagem é clara: o acompanhamento oftalmológico regular e o tratamento precoce podem evitar a perda visual e garantir uma vida com mais saúde e autonomia.

Perguntas de pacientes sobre o tratamento da retinopatia diabética:

  1. “Doutor, tenho 60 anos e fui diagnosticado com retinopatia diabética. O laser de argônio é o tratamento mais indicado para mim?”

O laser de argônio é uma opção eficaz para tratar certas formas de retinopatia diabética, especialmente na fotocoagulação panretiniana, que visa reduzir o risco de hemorragias vítreas. No entanto, a indicação depende do estágio da sua doença e das características específicas da sua retina. Uma avaliação detalhada é essencial para determinar o melhor tratamento.

  1. “Meu nome é Ana, tenho 55 anos e ouvi falar do laser PASCAL. Ele é mais seguro que o laser convencional para tratar minha retinopatia?”

Ana, o laser PASCAL é uma tecnologia mais moderna que permite aplicações mais rápidas e precisas, com menos desconforto durante o procedimento. Estudos indicam que ele é tão eficaz quanto o laser convencional, com a vantagem de ser mais confortável para o paciente e reduzir o tempo de tratamento.

  1. “Tenho 50 anos, diabético há 12 anos e meu médico mencionou o uso de laser micropulsado para meu edema macular diabético. Como ele funciona?”

O laser micropulsado emite energia em pulsos curtos e repetidos, permitindo tratar o edema macular de forma seletiva, minimizando danos ao tecido retiniano saudável. Essa técnica é especialmente útil para lesões próximas ao centro da visão, oferecendo uma alternativa segura ao laser convencional.

  1. “Fui indicado a fazer injeções intraoculares de bevacizumabe (Avastin). Quais são os benefícios desse medicamento?”

O bevacizumabe é um agente anti-VEGF que ajuda a reduzir o edema macular ao inibir o crescimento de vasos sanguíneos anormais e diminuir a permeabilidade vascular. Isso pode resultar em melhora da acuidade visual e estabilização da retinopatia diabética.

  1. “Meu nome é Luciana, tenho 52 anos e estou em tratamento com ranibizumabe (Lucentis) para edema macular. Existe risco de efeitos colaterais com esse medicamento?”

Luciana, o ranibizumabe é geralmente bem tolerado, mas, como qualquer medicamento, pode apresentar efeitos colaterais. Os mais comuns incluem aumento da pressão intraocular, hemorragia conjuntival e, raramente, infecção intraocular. Monitoramos cuidadosamente para identificar e tratar qualquer efeito adverso precocemente.

  1. “Ouvi falar do aflibercepte (Eylia)como tratamento para retinopatia diabética. Ele é mais eficaz que outros anti-VEGF?”

Pedro, estudos mostram que o aflibercepte pode ser particularmente eficaz em casos de edema macular diabético com comprometimento visual mais significativo. A escolha entre aflibercepte, bevacizumabe ou ranibizumabe depende de fatores individuais, incluindo a gravidade da doença e a resposta ao tratamento anterior.

  1. “Doutor, tenho 63 anos e meu médico sugeriu o implante de dexametasona (Ozurdex) para meu edema macular. Como funciona esse tratamento?”

O implante de dexametasona libera o corticosteroide de forma sustentada dentro do olho, ajudando a reduzir a inflamação e o edema por até seis meses. É uma opção para pacientes que não responderam adequadamente aos anti-VEGF ou que têm contraindicações a esses tratamentos.

  1. “Meu nome é Sandra, tenho 47 anos e estou preocupada com o número de injeções necessárias para tratar meu edema macular. Existe uma previsão de quantas serão necessárias?”

Sandra, o número de injeções varia conforme a resposta individual ao tratamento. Inicialmente, as aplicações podem ser mensais, mas, com a melhora, os intervalos podem ser aumentados. O objetivo é personalizar o tratamento para obter o melhor resultado com o mínimo de intervenções.

  1. “Sou o Marcelo, 54 anos, e fui tratado com fotocoagulação a laser para retinopatia diabética. Ainda assim, meu médico recomenda injeções de anti-VEGF. Por que preciso dos dois tratamentos?”

Marcelo, a combinação de fotocoagulação a laser e injeções de anti-VEGF é frequentemente utilizada para potencializar os efeitos do tratamento. Enquanto o laser trata áreas isquêmicas da retina, as injeções atuam diretamente no edema macular, oferecendo uma abordagem mais abrangente para controlar a doença.

  1. “Doutor, tenho 59 anos e estou em dúvida entre iniciar tratamento com laser ou injeções intraoculares para meu edema macular diabético. Como decidir qual é o melhor para mim?”

A decisão entre laser e injeções depende de vários fatores, incluindo a localização e a gravidade do edema, sua acuidade visual atual e outras condições oculares. Em muitos casos, as injeções de anti-VEGF são a primeira linha de tratamento para edema macular, especialmente quando o centro da visão está envolvido. Uma avaliação detalhada permitirá determinar a melhor estratégia para o seu caso específico.

 

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